AVIAÇÃO

Gol espera voltar a usar avião suspenso por agência de aviação americana

Modelo 737 Max está passando por adequação pelo fabricante depois do registro de dois acidentes neste ano

Edilson Vieira
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Edilson Vieira
Publicado em 10/11/2019 às 8:25
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Modelo 737 Max está passando por adequação pelo fabricante depois do registro de dois acidentes neste ano - FOTO: Foto: reprodução/internet
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São Paulo – A Gol Linhas Aéreas espera voltar a operar com o Boeing 737 Max no Brasil muito em breve. A aeronave teve seus voos suspensos em todo o mundo em março deste ano, após dois acidentes com vítimas fatais em um intervalo de cinco meses. Os acidentes aconteceram na Etiópia e na Indonésia e em ambos os casos os aviões eram operados por companhias locais. “O Max está entre os aviões mais seguros do mundo”, afirmou Paulo Kakinoff, presidente da Gol, em um workshop para a imprensa sobre mercado e segurança aérea.

A Gol é a única companhia que possui este modelo de aeronave no Brasil. Dos 137 aviões da sua frota, sete são do tipo 737 Max. Kakinoff espera que até o final deste ano, o avião, que fez sua estreia mundial em janeiro de 2017, esteja liberado para voltar a voar. A fabricante Boeing está fazendo adequações na aeronave sob a supervisão da Federal Aviation Administration (FAA), entidade que regula e fiscaliza a aviação civil nos Estados Unidos. No site da FAA, há uma nota, atualizada no mês passado, que afirma: “A FAA continua analisando as alterações propostas pela Boeing no 737 Max. Como afirmamos anteriormente, a aeronave retornará ao serviço somente depois que a FAA determinar que é segura”. O órgão não estipula data para a volta da aeronave ao mercado aéreo.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) se pronunciou em relação ao 737 Max também através de nota. “A autoridade certificadora, que é a Federal Aviation Administration (FAA), precisa autorizar o uso novamente. Após essa autorização, a Anac emitirá seu parecer em relação ao uso desse modelo no Brasil”.  No início do ano passado, a agência exigiu que os pilotos da Gol passassem por um treinamento específico antes de certificar o 737 Max para operação no Brasil, o que foi cumprido pela empresa aérea. “Não temos nenhum indicador que nos leve a desconfiar da aeronave”, assegurou Paulo Kakinoff.

AVIAÇÃO

O diretor de segurança operacional da Gol, Danilo Andrade, explicou que a empresa voou mais de 14,5 mil horas com o 737 Max sem registro de problemas. “É um dos aviões mais seguros do mundo, se não for o mais seguro”, afirmou. Danilo disse que o modelo que foi suspenso é mais avançado do que a versão anterior, o 737 NG (Next Generation), que continua em operação. “O Max tem mais tecnologia. Não vejo a hora dele voltar. Colocaria minha família para voar neste avião tranquilamente”, afirmou.

Com 37,5% de Marketshare, a Gol está a frente da Latam (34%) e Azul (24,2%) no mercado nacional (dados de 2018). No ano passado, a empresa teve uma receita de R$ 11,4 bilhões e um custo operacional de R$ 10,7 bilhões. “Vendemos 33,5 milhões de passagens em 2018, para apenas 7 milhões de CPFs únicos”, disse Paulo Kakinoff. Somando todas as companhias brasileiras, apenas 12 milhões de pessoas compraram passagens em 2018, demonstrando que ainda são poucos os brasileiros que voam.
A grande parte dos clientes da Gol viajam a lazer (73%), e compram a passagem com bastante antecedência em relação a data do voo. O tíquete médio dos turistas é de R$ 239. Já os que voam a negócios respondem por 27% da receita com passagens e gastam em média R$ 533.

O repórter viajou a convite da Gol

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