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Estaleiro Atlântico Sul amplia as demissões

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal-PE), mais 500 profissionais estão sendo desligados da empresa desde a quinta-feira

Do JC Online
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Publicado em 11/11/2011 às 7:26
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De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal-PE), mais 500 profissionais estão sendo desligados da empresa desde a quinta-feira - FOTO: Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Depois de demitir cerca de 750 trabalhadores nos últimos dois meses, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) está cortando mais trabalhadores esta semana. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal-PE), mais 500 profissionais estão sendo desligados da empresa desde a quinta-feira (10). Os funcionários temem novas demissões e indicam que trabalhadores de fora do Estado estão sendo admitidos pelo estaleiro com salários mais elevados. Em nota de esclarecimento, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) afirma que os desligamentos ocorrem devido "à finalização das obras do navio petroleiro João Cândido e do casco da plataforma P-55", que devem ser entregues em dezembro, mas a empresa não se pronunciou sobre o número de demissões nem quantos profissionais são admitidos em média.

Segundo o representante do Sindmetal-PE, Ezequiel dos Santos, pernambucanos estão sendo substituídos por trabalhadores do Rio de Janeiro e da Bahia. "Soubemos que o estaleiro tem a meta de demitir cerca de 4 mil pessoas para substituir por profissionais de fora com salários maiores em até três vezes. Pelos nossos cálculos, cerca de 1.200 trabalhadores já foram demitidos, sendo cerca de 85% de pernambucanos".

No último dia 15 de setembro houve conflito de trabalhadores grevistas do EAS com a Polícia Militar no Complexo Industrial Portuário de Suape. Uma semana depois, 350 pessoas foram demitidas. No início deste mês, o motivo dos novos cortes não foi informado pela empresa aos trabalhadores. Mas as demissões ocorreram da mesma forma.

O Estaleiro Atlântico Sul está com atraso nas suas encomendas. O navio João Cândido deveria ter sido entregue em setembro. Na última data adiada, o EAS explicou em nota à imprensa que o acabamento do navio teve atrasos "provocados por um movimento grevista conduzido por um grupo minoritário de funcionários, à revelia da campanha salarial da categoria dos metalúrgicos e do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco (Sindimetal-PE)". A plataforma P-55 deveria ter sido entregue em junho passado. O Atlântico Sul tem a maior carteira de encomendas do País, estimada em US$ 8,1 bilhões. Para a Transpetro, são 22 navios, além das encomendas diretas da Petrobras: o casco da P-55 e sete navios-sonda.

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