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Conheça os gostos e saiba o que pensa a classe média brasileira

Segundo pesquisa, em 2002, grupo era de 38% dos brasileiros. Em 2012, saltou para 52%. A previsão para 2022 é chegar a 57% da população

Da editoria de economia
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Publicado em 17/11/2012 às 7:00
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Nos últimos anos, a classe média tem sido uma das principais molas de sustentação da economia brasileira, bastante baseada no consumo. Mas quem são essas pessoas? O que elas compram e pensam? Qual o real impacto que elas causam no País? O Instituto Data Popular, especializado em pesquisas sobre a classe média, lançou, esta semana, um verdadeiro raio x do assunto. Um dos objetivos do levantamento é servir, através da disseminação de informações, de base para o desenvolvimento de políticas públicas.

As conclusões mostram que a classe média brasileira continuará em expansão nos próximos anos. Em 2002, a camada correspondia a 38% (66,88 milhões de pessoas) da população formada, na época, por 176 milhões de cidadãos. Em 2012, esse percentual saltou para 52% (102,44 milhões) num total de 197 milhões de pessoas. A previsão é que, em 2022, a classe média seja 57% (119,13 milhões) dos 209 milhões de brasileiros.

Para se ter ideia do tamanho do impacto dessa camada social, basta citar que a população formada pela classe média no Brasil equivale hoje a uma Alemanha, meia Itália, duas Austrálias ou quatro Colômbias. Além disso, possui uma massa de renda maior que o Produto Interno Bruto (PIB) de muitos países: são R$ 665 bilhões, valor superior ao PIB inteiro de Suíça, Chile, Noruega ou Portugal.

A classe média consome, por ano, R$ 1,03 trilhão. Se fosse um país, ocuparia a 18º posição em consumo e estaria no G20 do consumo mundial. As principais demandas de compras, em 2012, responsáveis pelos maiores movimentos do mercado interno, são aparelhos de TV (previsão de vendas até o fim do ano: 7,3 milhões de unidades), notebooks (11,3 milhões), tablets (6,8 milhões), sofás (4,8 milhões), fogões (4,9 milhões), máquinas de lavar roupa (4,3 milhões), geladeiras (4,6 milhões), celulares (15,8 milhões), viagens nacionais (14,2 milhões) e internacionais (4,2 milhões).

O estudo também mostrou que a classe média acredita que saúde e educação são prioritariamente funções do Estado. Como consumidora de serviços públicos, as pessoas não estão satisfeita com a qualidade do serviço custeado com o próprio bolso. Um total de 78% considera os postos de saúde e hospitais insatisfatórios, a segurança é reprovada por 71% dos entrevistados e 60% fala mal do ensino fundamental e médio e do atendimento em repartições. Seis em cada 10 brasileiros da classe média acreditam que sua vida melhorou nos últimos anos, frente a 81% que crê que a vida vai melhorar em 2013. No topo do ranking, está o otimismo em relação à vida financeira: 78% acreditam num futuro melhor.

E quem são os grandes protagonistas da classe média brasileira? Baseado no Data Popular, os negros foram os que mais contribuíram para esse crescimento. Mais da metade dos negros estão na classe média – 75% das pessoas que ascenderam na última década são negras. As mulheres foram as grandes articuladoras da ascensão familiar. Nos últimos 10 anos, a massa de renda feminina cresceu 60% mais que a masculina. Em 2012, as mulheres terão, em renda própria, R$ 737 bilhões. Desse total, R$ 262 bilhões virão da classe média. Os jovens, por sua vez, terão os maiores destaques no processo. Hoje existem 42 milhões de jovens de 18 a 30 anos no País, sendo que 55% deles estão na classe média.

O que virá por aí também é uma classe média mais escolarizada. Enquanto na classe alta os filhos estudaram 20% a mais que seus pais, na classe média, os filhos estudaram 49% mais que seus pais. Veja mais informações na arte abaixo.

Confira aqui a pesquisa completa.

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