Indúsria

Depois de queda nas vendas em 2013, cervejarias recobram otimismo

Copa do Mundo e Verão são apostas das empresas para avavancar as vendas

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 12/03/2014 às 10:00
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As cervejarias apostam em 2014 como o ano da retomada no crescimento nas vendas da bebida. No ano passado, a inflação corroeu o poder de compra do consumidor e a cervejinha perdeu espaço na lista de compras. O resultado foi uma queda de 3% na produção nacional, segundo dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal. No Nordeste, onde a produção vinha crescendo bem acima da média brasileira, o encolhimento foi menor (2%).

“Acreditamos que o cenário será diferente esse ano. A Copa do Mundo vai impulsionar as vendas, o clima está mais favorável (em 2013 foi atipicamente frio), apostamos num maior controle da inflação e impostos como IPI e PIS/Cofins sobre o setor não devem subir”, detalha o diretor financeiro da Ambev, Nélson Jamel. Em 2013, o consumidor sentiu no bolso o preço da inflação dos alimentos e bebidas (8,5%), que ficou bem acima da índice geral de preços (5,9%). Num Brasil de preços altos, a cerveja subiu acima do IPCA e da própria inflação dos alimentos, fechando em 10,1%.

No caso da Ambev, o aumento de preços compensou a queda no volume comercializado. Em 2013, a companhia registrou incremento de 9% no lucro líquido e de 7,9% na receita, mesmo com uma redução de 2,7% nas vendas. Para recuperar a perda de vendas no ano passado, a Ambev começou 2014 lançando a campanha de marketing “Verão sem aumento” para dar um empurrãozinho nas vendas. Junto com as festas de fim de ano, o verão é um dos principais períodos de consumo de cerveja. A campanha contou com a adesão de grandes varejistas.

Na avaliação do diretor de mercado do Grupo Petrópolis, Douglas Costa, numa conjuntura em que os consumidores acumularam dívidas e comprometeram seus rendimentos é preciso demonstrar que vale a pena consumir cerveja. “No nosso caso consideramos que temos a melhor das oportunidades pois estamos ocupando espaços, temos uma linha de produtos que atende aos desejos dos mais variados consumidores em embalagens destinadas para momentos de consumo específicos”, observa.

As estratégias das empresas para recuperar as vendas começaram a dar resultados em fevereiro. No primeiro mês do ano, a produção ainda ficou abaixo de 2013, mas começou a reagir. Pelos números do Sicobe, a fabricação passou de 1 bilhão para 1,2 bilhão de litros (um aumento de 20%). A dúvida das cervejarias, agora, é se o setor vai apenas recuperar as perdas de 2013 ou volta a brindar taxas de crescimento sustentáveis. A Ambev espera crescer, mas não se arrisca a projetar o percentual.

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