Economia Criativa

Chegada da trupe aquece o comércio local

Circo Florilegio contratou 30 profissionais no Grande Recife, além de oito artistas brasileiros

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 30/03/2014 às 10:34
Heudes Regis/JC Imagem
Circo Florilegio contratou 30 profissionais no Grande Recife, além de oito artistas brasileiros - FOTO: Heudes Regis/JC Imagem
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A chegada da trupe Florilegio anima também a economia local. Desde 2012, a companhia Togni peregrina pela Região Metropolitana do Recife (RMR) para estudar a área, procurar terrenos, fazer parcerias, conhecer as normas brasileiras e contratar pessoal. Pelo menos 30 profissionais do Estado vão acompanhar os dois meses da temporada do circo por aqui. Vão trabalhar na bilheteria, no escritório, na limpeza, no atendimento, no bar e no estande de vendas no Shopping Recife.

O microempresário Abílio de Araújo brinca que já ficou conhecido como o pasteleiro dos circos que armam suas lonas em Boa Viagem. “A comunidade circense é unida e sempre me indica. Há 20 anos vendo pastel para o público do circo”, diz. Em 1991 ele criou, junto a esposa nissei Kazumi Nonobe, o Pastel da Akemi (nome da sogra de Abílio e da filha mais velha do casal). A microempresa emprega dez pessoas na fábrica que mantém no bairro de Massangana, em Piedade, e outras seis na barraca da família na feirinha de Boa Viagem. 

“O circo é um excelente parceiro. Vendemos muito quando tem temporada por aqui”, afirma, animado. Ele explica que fornece o pastel, mas que a estrutura para fritar e comercializar é da companhia. A empresa espera vender, no mínimo, 150 pasteis por apresentação. Para o consumidor, o pastel vai custar R$ 5,00. “Além de pipoca, algodão-doce e refrigerantes, costumamos reservar barracas para a venda de produtos locais, que aqui no Recife vão ser pastel e cachorro-quente”, diz Davide Colombo, responsável pelo marketing do Florilegio.

A faxineira Patrícia da Silva, de 33 anos, comemora os dois meses de carteira assinada e remuneração acima do salário mínimo (R$ 900) para trabalhar na limpeza. “Eles disseram que se o movimento do circo for bom, eu posso ficar mais um mês. Vou até abrir conta no banco para receber o salário”, conta. Ela diz que a diferença da língua não atrapalha. “Não entendo italiano, mas a gente se comunica por gestos e também tem uma coordenadora que fala português e nos explica o serviço”, observa. 

Na passagem pelo Brasil, o grupo também turbinou a participação verde-amarela na trupe, que saltou de três para onze artistas. O circo vai deixar, ainda, na economia da RMR, o pagamento do aluguel do terreno, encargos trabalhistas, movimentação logística, compra de mantimentos e o valor intangível para o espectador, que é a experiência de conhecer um circo com mais de sete décadas de tradição.

 


 

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