Pernambuco

Com atraso na transposição, governo vai levar água da Zona da Mata para o Agreste

Estado vai usar recursos de outras obras para construir adutoras, beneficiando 30 cidades

Da editoria de economia
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Publicado em 07/07/2015 às 9:43
Foto: Priscila Buhr/ Arquivo JC Imagem
Estado vai usar recursos de outras obras para construir adutoras, beneficiando 30 cidades - FOTO: Foto: Priscila Buhr/ Arquivo JC Imagem
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O governo do Estado vai remanejar recursos de outras obras para construir duas adutoras que vão levar água da Mata Sul ao Agreste, beneficiando 30 cidades do Agreste Central e Setentrional (como Caruaru, Pesqueira, Surubim, Gravatá, entre outras) que estão tendo um racionamento de água mais severo devido à estiagem. Serão investidos R$ 160 milhões.

“Essa demora (da transposição de águas do Rio São Francisco) está nos levando a apostar em obras que antecipem a chegada de água nessa região”, resume o secretário executivo estadual de Recursos Hídricos, Almir Cirilo. Há uma previsão de que a seca continue (no Agreste e Sertão) devido ao comportamento do fenômeno climático El Niño, indicando 90% de possibilidade de estiagem forte até setembro e 80% até fevereiro de 2016. A transposição deveria ser concluída em 2012.

A primeira adutora vai levar a água da Barragem Serro Azul (em construção em Palmares) até Caruaru, usando adutoras existentes até Santa Cruz do Capibaribe e Pesqueira. O custo será de R$ 100 milhões, financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para um sistema de tratamento de esgoto. “A água se tornou uma prioridade mais urgente”, conta Cirilo.

A segunda obra é uma adutora com a captação de água em Catende, na Mata Sul, indo até a adutora do Prata, levando água até Caruaru. O investimento será de R$ 60 milhões, emprestados pelo Banco Mundial para implantar uma estação de tratamento de água em Jucazinho, que está com 5% da sua capacidade. Há expectativa de que essa barragem seque, caso a estiagem seja severa.

O Agreste e Sertão sofrem com a estiagem desde 2012. Participantes do Fórum Permanente de Convivência Produtiva com as Secas discutiram ontem, na sede do Sebrae-PE, o gerenciamento dos recursos hídricos, analisando o que está sendo feito em Estados como Ceará e Pernambuco. “Aqui, não se vê uma ação contundente para enfrentar a seca nos meios rurais”, lamenta o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe), Pio Guerra. Ele defende que deveria haver uma ação conjunta da academia, governos (Estado e União) com a participação do empresariado para conviver de forma produtiva com a estiagem.

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