Fernando Castilho*
Acredite. Vai ter muita ceia de Natal na porta na terça-feira com um bom corte de carne bovina. Pois é. Em tempos de exportação para a China, um pedaço de alcatra ou contra-filé virou ostentação na ceia de Natal, quando todo mundo quer fazer um jantar inesquecível.
E este ano o atrativo foi o saque especial do FGTS. A diferença vai bancar a ceia de muita família brasileira porque, junto com a segunda parcela do 13º salário, o caixa vai engordar. E vai ter muita gente migrando para o bacalhau, aquele do bom, que está com o preço bem próximo ao da carne de primeira.
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Mas o que isso tem a ver com economia? Tudo. É importante lembrar que foi o saque do FGTS combinado com o 13º do Bolsa Família que turbinou uma melhora na economia. Porque ele se soma à renda que o trabalhador, desempregado ou aposentado já possui. Isso potencializa as vendas no varejo. Funciona como um plus.
Pequenos desejos de Natal
E esse dinheiro acaba abrindo espaço para a realização de pequenos desejos. Uma sandália, uma calça jeans ou um tênis de marca comprado num shopping. Pequenos desejos que essa folga no dinheiro proporciona. Este ano está acontecendo um fato bem curioso no varejo. As lojas estão refazendo pedidos. Recebendo mercadoria hoje e amanhã para serem vendidos até terça feira.
Tem mais. Esse dinheiro do FGTS ajuda a dar uma entrada maior na hora da compra de uma TV maior ou um telefone celular com mais recursos. Então, se o recebimento de R$ 500 nas contas do FGTS já pode injetar mais de R$ 20 bilhões na economia, esse R$ 498, que significam mais R$ 3 bilhões, vão ajudar a lacrar o natal de 2019. O melhor desde quando o Brasil acordou com uma enorme crise em 2015 que levou embora mais 10 milhões de empregos.
*Fernando Castilho é colunista de Economia do JC