BOLSA

Ações do Magazine têm bom resultado

Apesar da queda registrada nos primeiros dias, recuo é inferior ao registrado pelo Índice Bovespa e pelo Icon ? voltado para avaliar as empresas de varejo de capital aberto

Carla Seixas
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Carla Seixas
Publicado em 25/05/2011 às 8:22
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Quase um mês depois de lançar seus papéis no mundo das ações, pode-se dizer que o desempenho da gigante rede de varejo Magazine Luiza na Bovespa - hoje presente no Nordeste depois da compra das Lojas Maia - tem sido satisfatório. Com estreia na Bolsa justamente em um período turbulento, de constantes quedas, um comparativo feito com base nas negociações até o dia 20 posiciona a rede bem melhor do que o Índice Bovespa. Enquanto esse indicador registrou uma queda de 5,35%, as ações do Magazine contabilizaram recuo de 0,38%.

O analista de mercado Pablo Moraes destaca que até mesmo diante de um índice composto apenas por empresas de varejo, o Icon, o Magazine está em situação melhor. "O Icon registrou até o dia 20 uma queda de 3,65%", compara. Ele destaca que o Icon engloba 37 empresas mais representativas do setor de consumo. Para visualizar esse conjunto, entre as companhias inseridas estão a Ambev, cujo o peso é de 17,3% e a BRFoods, com 12,32%.

A rede Magazine Luiza fez o chamado IPO, do inglês initial public offering (oferta inicial de ações, quando a empresa coloca ações da Bolsa pela primeira vez), no dia 2 deste mês. Era um dos IPOs mais esperados diante do tamanho da empresa e da sua representatividade no varejo brasileiro. "Pode-se dizer que ela se saiu bem, principalmente comparado a outros lançamentos no mercado. Ela está respondendo bem. A Bolsa vem caindo e o Magazine tem tido quedas bem menores", lembra o analista.

O preço inicial da ação foi fixado em R$ 16 dentro da expectativa de mercado - que especulou uma variação entre R$ 16 e R$ 21. "A procura pelo IPO da empresa foi forte, chegando a ficar 50% acima da oferta dos papéis. Esse misto entre procura alta e preço fixado na mínima projetada é resultado do fato de os investidores acreditarem no potencial do Magazine Luiza, mas sabem da forte concorrência que existe no mercado em que ela atua", destaca Pablo Moraes. O grupo captou R$ 925,7 milhões com o IPO.

SETOR FORTE - Entre os setores mais beneficiados com os últimos indicadores econômicos brasileiros está o de venda de eletrodomésticos, área de atuação do Magazine Luiza. Hoje, depois da aquisição das Lojas Maia, a empresa soma 604 unidades no Brasil, 21 mil funcionários, e uma carteira de 22,8 milhões de clientes. No ano passado, a receita bruta total foi de R$ 5,7 bilhões. O resultado de vendas da empresa é de fazer inveja a muita companhia. Comparativo de resultado das mesmas lojas mostrou um desempenho 29% superior ao período anterior. Seu mercado voltado para venda de bens duráveis - como fogões, geladeiras, e armários, entre outros itens - tem como foco principal as pessoas da classe C, justamente a faixa que mais cresceu com as políticas sociais do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Estima-se que 95,4 milhões de brasileiros componham as famílias com renda entre R$ 1.000 e R$ 3.400, principais clientes da rede.

A venda de apartamentos, uma das mais altas dos últimos anos, é outro setor que termina impactando a venda de eletrodomésticos e beneficiando as empresas que atuam no segmento. As ações do varejo têm sido constantemente indicadas pelos analistas para aqueles que querem sair da rota normal de entrar na Bovespa pela Petrobras ou mesmo pelo Vale. Entre os destaques do setor de consumo estão as Lojas Americanas, com alta de 4,08% em maio, considerando o encerramento do dia 20, e a B2W (que soma as vendas online das Americanas e do Submarino.com), com alta de 7,41%.

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