Sistema de Saúde

Usuários do Sassepe reclamam do atendimento

Entre os problemas relatados estão demora para marcar e falta de atendimento

Cecília Ramos
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Cecília Ramos
Publicado em 24/08/2011 às 0:10
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Completou um mês, no último dia 11, o novo serviço de marcação de consultas do Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores Estaduais (Sassepe), o plano de saúde de 211 mil pessoas – servidores públicos estaduais e seus dependentes. Fornecido pela empresa Medalliance, vencedora da licitação, o novo sistema enfrenta críticas de usuários. O JC esteve neste terça ( 23) no Hospital do Servidor Público (HSE) e ouviu muitos relatos negativos sobre o serviço e vários desabafos contra o plano, criado em 2001.


Em quase duas horas em que a reportagem esteve no HSE, viu uma adolescente chorando porque não estava na listagem do médico, para ser atendida naquele dia, embora a mãe conta que marcou. Gente que veio do interior de Pernambuco e esperava há mais de três horas pela consulta.

A autônoma Maria José de Oliveira, 45 anos, dependente, no Sassepe, do marido funcionário público, conta que para conseguir a consulta da filha no pediatra, ontem, passou mais de quatro horas ao telefone, o 0800, único meio de marcação de consulta. “Eu já tive muita raiva. Porque é de quebrar os dedos de tanto tentar. Agora eu nem escolho o médico mais. O que cair na rede eu pego”, diz Maria José. “Não sei por que somos tratados assim. Esse plano não tem inadimplência porque é desconto em folha”.


A servidora Luciana Andrade Lima, 39 anos, contou que estava aos prantos, no último dia 15, no HSE, por não ter conseguido atendimento para o filho, de 6 anos. “Eu estava com a senha do atendimento dele (número do protocolo que é dado ao telefone, na hora da marcação). E mesmo assim disseram que meu filho não estava na lista para ser atendido. Eu caí no choro, porque tem situação que leva uma mãe ao descontrole”. Luciana relatou que foi à gerência no hospital, relatou o ocorrido e, dias depois, recebeu e-mail do hospital informando que checaria a denúncia dela. “Até agora não sei o que houve”.

A servidora estava no HSE, nesta terça (23), novamente, desta vez para levar a filha, Jamile, a uma consulta. “Graças a Deus ela foi atendida. Só achei ruim porque só tem um médico homem como pediatra para adolescente”.


Já Sueleide Barbosa, 49 anos, diz que não tem do que reclamar, “até agora”, do Sassepe e do serviço de marcação de consulta. Mas admite: “Demora para atenderem no 0800”. “E às vezes a ligação cai. Eu já boto na rediscagem”. Ela levou a filha, Camila, ao médico. “Quando está demorando, fico com o telefone na orelha e vendo TV até atenderem”, diz Camila, 16 anos.

 
A dona de casa Gilda Santos, 52 anos, levou o neto de 8 anos, para a consulta, nesta terça. Ele precisa de um neuropediatra. “Quando você consegue ser atendida no 0800 aí não tem a especialidade ou as vagas foram preenchidas. É dureza”. A técnica em enfermagem Jane da Silva, 36 anos, conta que teve “muitas queixas” enquanto estava grávida. “Acho que melhorou depois que o call center passou a ser no Recife. Não tenho tido problema de uns meses para cá”.


A Mesma sorte não teve Ketilly Gomes. Ela relatou a saga que foi marcar consulta para o pai pelo 0800. “Você procura saúde e adoece, pois o nível de estresse é tanto que fica propício a enfartar. A insatisfação é geral. Infelizmente a gestão desse setor é falha”.

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