Indústria naval

Estaleiro demite mais 400 funcionários

Cálculo foi feito pelo sindicado. Em nota, empresa diz que adequações são normais

Da editoria de economia
Cadastrado por
Da editoria de economia
Publicado em 04/11/2011 às 22:53
Leitura:

Um mês e meio depois de demitir 350 trabalhadores, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) voltou a cortar pessoal esta semana. Foram 400 novas demissões, pelos cálculos do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal-PE). A preocupação dos funcionários do EAS agora é com a continuidade ou não do emprego dos cerca de mil trabalhadores do casco da plataforma P-55, com entrega prevista para o próximo dia 22.

No último dia 15 de setembro, houve conflito de trabalhadores grevistas do EAS com a Polícia Militar no Complexo Industrial Portuário de Suape. Como resultado, uma semana depois 350 pessoas foram demitidas, algumas por telegrama e outras ao chegar na empresa – lá, o cartão não foi reconhecido na entrada.

Desta vez, nos novos cortes, o motivo não foi informado pela empresa aos trabalhadores. Mas as demissões ocorreram da mesma forma. Alguns empregados souberam que não faziam mais parte do EAS apenas ontem, ao chegar para um novo expediente de trabalho. Outros receberam telegramas em casa.

“Essas 400 demissões são as já confirmadas. Há boatos sobre mais, porém, não podemos ser irresponsáveis e dar boatos como informação confirmada”, diz o presidente do Sindmetal-PE, Alberto Alves dos Santos, conhecido como Betão. Segundo ele, o que provoca expectativa nos trabalhadores do EAS é uma reunião prevista para a próxima terça-feira, no Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), no Rio de Janeiro, para discutir especificamente a situação de Pernambuco.

O Estaleiro Atlântico Sul tem acumulado atrasos nas entregas de suas encomendas bilionárias. Ele ainda trabalha na conclusão da embarcação João Cândido, que deveria ter ficado pronto em setembro do ano passado e ser o primeiro navio das 49 encomendas feitas pela Transpetro dentro do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), criado há sete anos.

O EAS adiou várias vezes o prazo de entrega. A última mudança, que seria fruto do atraso devido ao movimento grevista, foi de outubro para o mês que vem.

A entrega da plataforma P-55, que provoca apreensão nos trabalhadores, deveria ter ocorrido em junho passado. Agora é esperada para este mês. O Atlântico Sul tem a maior carteira de encomendas do País, estimada em US$ 8,1 bilhões. Para a Transpetro são 22 navios, fora as encomendas diretas da Petrobras: o casco da P-55 e sete navios-sonda.

Em nota, O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) destacou que soma 10 mil funcionários em sua planta e que tem uma rotina de admissões e desmobilizações como qualquer outra planta naval de grande porte. “Trata-se de uma situação corriqueira no setor e o Estaleiro se mantém na mais absoluta normalidade operacional e contratual”.

Últimas notícias