Gerar a sua própria renda, e não depender financeiramente do marido ou de pensão alimentícia, é o sonho de muitas mulheres que moram em Jardim Brasil II, Olinda. Algumas delas estão mais perto de ver esse desejo realizado. É que o Projeto Linhas e Cidadania da Associação dos Moradores e Amigos de Jardim Brasil II está capacitando 180 mulheres em corte e costura. São oito turmas de 20 alunas, com aulas duas vezes por semana, duas horas por dia. A duração total do curso é três meses.
O projeto foi financiado pelo Consulado Geral da Alemanha no Recife, no valor de R$ 21.600. Com o recurso, foram adquiridas 14 máquinas de corte e costura industriais, seis ventiladores, 15 cadeiras, um birô, uma mesa e um bebedouro. “Nós agradecemos ao Consulado da Alemanha porque com este financiamento vamos poder dar oportunidade a essas mulheres. O curso de corte e costura já era um pedido antigo delas”, comentou a presidente da Associação Tereza Sousa.
Cada aluna paga R$ 20 por mês para ajudar com alguns custos da capacitação. “Um curso semelhante custa R$ 1.300. Aqui as mulheres pagam uma pequena taxa para colaborar com o pagamento das professoras e com a energia elétrica”, explicou o vice-presidente da Associação, Sérgio Santos.
Segundo a direção da Associação, a ideia é identificar as alunas que tem mais afinidade com área para criar uma cooperativa na comunidade com o apoio do Sebrae. “O mercado está precisando dessas profissionais, para, por exemplo, fazer os fardamentos das empresas de Suape. Sendo assim, as mulheres que não ficarem na cooperativa podem trabalhar por conta própria”, comentou.
Elizabeth Leão é costureira há mais de 30 anos, mora em Jardim Brasil II e é uma das cinco professoras do projeto: “Eu já trabalhei em confecção e hoje costuro sob encomenda. Espero poder passar um pouco da minha experiência para essas mulheres”.
A dona de casa Alzenira Martins teve a sua primeira aula hoje. Para ela, esta é uma grande oportunidade de começar a cuidar mais dela mesma, já que os filhos cresceram. “Eu espero que a gente aprenda a costurar e monte a cooperativa. A dona de casa trabalha, mas não é reconhecida, e num sistema de cooperativa vamos trabalhar juntas”, disse ela.
Segundo a dona de casa Edjane Gomes, ela quer começar a costurar logo. “Eu espero ter cada vez mais e mais aprendizado. Esta é uma oportunidade de gerar renda para mim e para meus dois filhos”, contou. As aulas ocorrem na Associação de moradores, localizada na Praça Alvorada, Jardim Brasil II.
