Opinião

Recuo na concessão da BR-232: uma atitude que merece elogios

Em artigo, editor de Economia do JC comenta revisão do projeto de concessão da rodovia

SAULO MOREIRA
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SAULO MOREIRA
Publicado em 19/10/2013 às 1:09
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O governador Eduardo Campos age corretamente ao dar um freio de arrumação no projeto da BR-232. Uma licitação que resultará num gasto superior a R$ 2,5 bilhões e que terá duração de um quarto de século não pode ter nenhuma sombra de questionamento.

Para o bem do Estado e para o bem do futuro político de Eduardo Campos é altamente recomendável o chamado “aprofundamento dos estudos”, como prefere classificar o secretário Milton Coelho.

Nos últimos 20 dias o repórter Giovanni Sandes, deste JC, vem apontando diversos problemas de ordem jurídica e ética no processo de concessão da BR-232. Todas as informações trazidas pelo jornalista são fundamentadas, checadas e analisadas a partir de dados concretos e de entrevistas com especialistas no assunto. Têm, portanto, o total respaldo do JC.

Ao mudar de postura e até admitir a cobrança de pedágio, o governador merece elogios pela coragem. Falar nesse tipo de cobrança num ano pré-eleitoral é, de fato, politicamente inadequado, sobretudo para alguém que, a julgar pelos últimos acontecimentos, vai disputar a Presidência da República.

O grande erro seria continuar insistindo num processo questionável, onde todos os contribuintes pagariam por aqueles que usariam sistematicamente a rodovia.

O governador também acerta ao “comprar a ideia” da privatização, mesmo considerando que o tema não é bem aceito pela maioria da população. Privatizar a 232 não é um erro. É uma necessidade. Estrada boa e segura preserva vidas. E isso, por si só, já é suficiente para afastar qualquer atitude demagógica em torno do assunto.

Saulo Moreira é editor de Economia do Jornal do Commercio.

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