Mundial 2014

Recifenses pedem até R$ 55 mil em aluguéis para a Copa

Apesar das ofertas, por enquanto ainda é difícil encontrar quem tenha fechado negócio

Giovanni Sandes
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Publicado em 02/02/2014 às 0:47
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Apesar das ofertas, por enquanto ainda é difícil encontrar quem tenha fechado negócio - FOTO: Reprodução da internet
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O aluguel no Bongi de um apartamento mobiliado, de 76 metros quadrados e três quartos, é anunciado a R$ 55 mil por um mês. Em Tejipió, um imóvel de 133 m² e quatro quartos sairia por R$ 40 mil, no mesmo período. Na Caxangá, a cifra chega a R$ 25 mil. São as ofertas para a Copa 2014, feitas por quem vê no Mundial a chance de lucrar com a locação de casas, apartamentos e até quartos para os visitantes. Assim como a hotelaria tem se queixado do movimento baixo, ainda é difícil achar quem já tenha fechado aluguel, o que não impede as pessoas de multiplicarem as ofertas em sites especializados e mesmo em canais mais genéricos, como o You Tube, de compartilhamento de vídeos.

A residência do advogado Ricardo Dantas é um apartamento no Morada Recife Antigo, um residencial às margens da Avenida Abdias de Carvalho, no Recife, a 13 quilômetros da Arena da Copa, em São Lourenço da Mata. “Praticamente não tem esquina para virar, até lá”, conta.

Ricardo usou vários sites diferentes para os anúncios, como o You Tube. Em um deles, há nada menos que 25 idiomas diferentes, dos mais óbvios português, inglês, francês e italiano a árabe e sul coreano, todos versões da mesma oferta: R$ 55 mil, US$ 25 mil ou 19 mil pelo imóvel do advogado. “Pesquisei muito em ofertas no Brasil. Em tese, está sintonizado com a média de preços de outros locais. Já recebi umas 15 ligações de gente do Nordeste pesquisando para amigos estrangeiros”, afirma Dantas.

A internet é um aliado a mais do bancário Marcelo França, na tentativa de alugar o apartamento de sua família durante a Copa. Localizado em Tejipió, o apartamento de 133 metros quadrados, em um edifício com térreo e primeiro andar, é oferecido por R$ 40 mil no mês do Mundial. “São quatro quartos, dois banheiros, varanda, copa e cozinha”, explica Marcelo.

Segundo o bancário, seu foco será nas equipes de jornalistas estrangeiros, como o pessoal de rádio. “Isso acontece em todas as Copas, porque jornalistas precisam de espaço para montar equipamentos. O apartamento acomoda até 10 pessoas”, diz. Marcelo tem um sobrinho que vive na Noruega e que vai ajudar a traduzir seus anúncios para outros idiomas. Por enquanto, porém, o bancário não conseguiu fechar negócio.

Em busca de conseguir um diferencial na oferta, o diretor industrial Carlos Eduardo Nascimento teve a ideia de oferecer um pacote de serviços, com café-da-manhã, arrumadeira e até passeios no Recife e Olinda. Ele tenta alugar seu apartamento de três quartos e 84 metros quadrados no Residencial Torres do Mirante, localizado no final da Avenida Caxangá, em uma rua próxima ao Caxangá Golf & Country Club.

A ideia de alugar surgiu após uma viagem de Carlos para o exterior. “Os espanhóis em Madri costumam alugar a residência. Pesquisei na internet, fiz cadastro em um site e logo em seguida já estava recebendo mensagens no celular”, conta o diretor.

A oferta é com diárias a partir de R$ 800, mas a expectativa é fechar um mês inteiro, a R$ 25 mil. O curioso é que o residencial ainda não está pronto e tem previsão de entrega em março. Carlos planeja gastar até R$ 6 mil para equipar com o básico o apartamento, por exemplo com frigobar, TVs e cama box. “Não será mobília fina. Mas vai dar conforto durante a temporada”, afirma. O apartamento será a residência dele, depois do Mundial.

O consultor imobiliário Miguel Eguren diz que, por enquanto, o mercado imobiliário ainda não está respondendo às ofertas. Longe das grandes cifras, ele vai ajudar um conhecido a tentar alugar um apartamento de um quarto e 40 metros quadrados em Boa Viagem. O imóvel será reformado e a expectativa é conseguir alugar por US$ 800, algo em torno de R$ 1.600 a R$ 2 mil. “Atuo mais com empreendimentos na área comercial. Mas fiz uma pesquisa rápida. E apesar das ofertas, as pessoas têm dito que a movimentação por enquanto é zero”, comenta Miguel.

Leia a reportagem completa no JC deste domingo (2).

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