Indústria

Máquinas gigantes da Fiat em fase final de testes

Consideradas o coração da montadora em Goiana, prensas serão o início do processo de fabricação de automóveis

Giovanni Sandes
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Publicado em 05/06/2014 às 9:24
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Consideradas o coração da montadora em Goiana, prensas serão o início do processo de fabricação de automóveis - FOTO: Divulgação
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As prensas, as duas máquinas gigantes da Fiat Chrysler em Goiana, estão na fase de conclusão de testes. É o fim da implantação da primeira e mais importante etapa da fabricação do polo automotivo de Pernambuco, seu coração. Para se ter uma ideia, a base das prensas, a 12 metros de profundidade, foram escavadas antes mesmo que o conjunto de prédios em volta delas tomasse forma. Nessas máquinas nascerá cada um dos até 250 mil veículos por ano que sairão de Goiana.

As máquinas vieram do Japão e desembarcaram pelo Porto de Suape em setembro passado. Foram para Goiana em pequenas partes, em centenas de viagens de caminhões. Nas prensas começará a fabricação de cada Jeep Renegade, oficialmente ano que vem, o primeiro de três modelos da linha de montagem de Goiana.

Segundo a Fiat, no processo de testes as máquinas são ligadas ao mesmo tempo e de forma alternada, para verificação do funcionamento correto de cada operação, incluindo o desempenho técnico das máquinas, tempo de execução das tarefas e segurança da operação.

O trabalho dessas máquinas é complexo. Pelos dados originais do projeto, cada prensa tem capacidade para transformar as chapas de aço, que chegarão como grandes bobinas, em 960 peças por hora – portas e capôs, além da carrocerias. As prensas, com 70 metros de comprimento, estão no prédio mais próximo da BR-101, uma estrutura de 42 mil metros quadrados.

Todo o polo está com 85% de execução das obras. Quando a produção estiver ativa, o segundo prédio na fabricação de veículos será a funilaria, onde a carroceria receberá autopartes metálicas. Dali elas vão para uma primeira parada no “cérebro” da fábrica, o communication center, prédio central que serve de “hub” (conexão) entre diferentes oficinas e faz controle de qualidade e metrologia, por exemplo. De lá as carrocerias vão para a pintura e em seguida para a montagem final, onde recebem peças mecânicas, vidros e plásticos.

Por fim os carros voltarão ao communication center, para a última inspeção, antes de seguirem para a pista de testes e serem liberados.

O polo automotivo tem obras com 85% de execução. A previsão é que os fornecedores da Fiat Chrysler instalados no mesmo terreno da montadora em Goiana, os chamados sistemistas, comecem a implantar suas máquinas e equipamentos no terceiro trimestre deste ano – ou seja, até setembro. Será a fase final do polo automotivo.

Segundo a companhia, o “carro zero” da fábrica de Goiana sairá da linha de produção no primeiro trimestre do ano que vem, quando a fabricação de veículos aumentará até atingir uma escala comercial.

Cada mínimo espaço no terreno de 14 milhões de metros quadrados em Goiana foi pensado à exaustão, para facilitar as milhares de entregas diárias das 16 linhas de produção dos sistemistas no prédio da Fiat Chrysler, tudo em tempo real – a exemplo de tapetes e forros de teto da Adler, pneus e rodas da Pirelli e vidros da Saint-Gobain.

O investimento total no polo chega a R$ 7 bilhões.

De acordo com a Fiat Chrysler, este ano serão gerados 850 empregos, no que ela batizou de “campanha de atração e retenção de talentos”. Atualmente são cerca de 600 funcionários. “O foco das contratações está na mão de obra local. Até 2015, o total de contratados subirá para 2.800 pessoas e, até o polo atingir 100% de produção, serão entre 3.500 e 4 mil funcionários da Fiat Chrysler e aproximadamente 8 mil pessoas em todo o polo automotivo, incluindo o parque de fornecedores”, informa a empresa.

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