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Estaleiro lança debêntures para reduzir custo de dívidas

Acionistas aprovaram a primeira emissão de títulos de dívida. Empresa busca outros financiamentos

Leonardo Spinelli
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Leonardo Spinelli
Publicado em 15/07/2014 às 9:16
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O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) aprovou a sua primeira emissão de debêntures simples para captar R$ 220 milhões com garantias de pagamento de suas sócias Queiroz Galvão S.A e Camargo Corrêa S.A. Aos detentores dos títulos, a empresa pagará juros da Taxa DI (Depósitos Interfinanceiros), que tem sua variação marcada pela Selic, hoje em 11% ao ano. Segundo a empresa, os recursos obtidos com a emissão serão destinados ao reforço de caixa “com vistas a atender os negócios de sua gestão ordinária e o reperfilamento de todas as dívidas de curto prazo da emissora contratadas junto ao Banco Santander (Brasil) S.A”.

Em assembleia de acionistas, a empresa também aprovou a contratação de financiamento à exportação no valor de até R$ 110 milhões no mercado financeiro nacional ou internacional. A EAS divulgou, ainda, que contraiu empréstimo junto ao Banco Itaú BBA S/A, na modalidade Capital de Giro, no valor de R$ 30 milhões. A empresa foi procurada, mas não quis se pronunciar. 

Paralelamente, o EAS tenta aprovar o aporte de R$ 400 milhões junto ao Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), que investe em empresas de setores de infraestrutura, como portos.

Depois de entregar três navios, o João Cândido, o Zumbi dos Palmares (em 2013) e o Dragão do Mar (2014), o estaleiro ainda tem muita encomenda pela frente. Dentro do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro, a carteira de contratos ainda inclui 18 petroleiros (10 do tipo Suezmax, com capacidade para 1 milhão de barris, e oito do tipo Aframax, que transportam 800 mil barris). A empresa tem outro contrato para entregar sete navios-sonda de perfuração em águas ultraprofundas para a Sete Brasil, que serão arrendados pela Petrobras. Segundo relatório anual da Camargo Corrêa de 2013, o EAS apresentou uma recuperação significativa em sua geração de caixa, após as dificuldades iniciais de operação. Em 2013, fechou com receita líquida de R$ 731 milhões, num crescimento de 116% em relação ao ano anterior e um Ebtida (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 38 milhões, resultado quase 10 vezes melhor que o de 2012.

Em agosto do ano passado, a sociedade Japan EAS Investimentos e Participações passou a integrar o capital da empresa, com 33% de participação. Entre as metas para 2014, estão estudos para a ampliação da oferta de serviços do EAS e um acordo institucional de intercâmbio de profissionais para treinamento nos dois países.

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