Depois de parar Suape, operários da Alumini terão R$ 7,7 milhões como "paliativo"

Funcionários exigem pagamento de salários de outubro, direitos trabalhistas e pagamento de rescisão de contrato de funcionários demitidos
Leonardo Spinelli
Publicado em 21/11/2014 às 7:40
Funcionários exigem pagamento de salários de outubro, direitos trabalhistas e pagamento de rescisão de contrato de funcionários demitidos Foto: Diego Nigro/JC Imagem


No final da manhã em que os trabalhadores da Alumini Engenharia (ex-Alusa) conseguiram fechar Suape e a PE-60 por algumas horas, ontem, uma comissão de funcionários foi recebida pela diretoria da Refinaria Abreu e Lima. Eles exigem pagamento de salários de outubro, direitos trabalhistas e pagamento de rescisão de contrato de funcionários demitidos. Os operários saíram da reunião com a promessa de que em até 48 horas a Justiça receberá a lista com o nome, documentação e conta corrente dos cerca de 6 mil funcionários que vão receber R$ 7,7 milhões já depositados em juízo pela Petrobras, num total de cerca de R$ 1.300 por pessoa. O “paliativo”, considerado pela liderança do movimento, foi suficiente para esfriar os ânimos até segunda-feira, dia em que a lista deve chegar à Justiça.

"Esse dinheiro é um paliativo e serve para amenizar a situação de alimentação de muitos operários, principalmente daqueles que estão nos alojamentos sem ter o que comer”, afirmou o diretor do sindicato dos operários (Sintepav/PE), Leodelson Bastos. Ele e outros trabalhadores foram recebidos por Flávio Casa Nova, que substituiu Glauco Colepicolo, o ex-chefe de fiscalização da obra de Abreu e Lima, exonerado pela Petrobras depois que investigações internas levantaram suspeitas de seu envolvimento em irregularidades na obra. Segundo o sindicalista, o executivo também informou que a estatal não tem responsabilidade sobre a logística dos funcionários instalados nos alojamentos da Alusa, mas que poderá intervir para que a prestadora de serviço libere a rescisão de trabalho daqueles que estão insatisfeitos e pretendem mudar de emprego.

A reunião não foi conclusiva, no entanto, com relação a todas as dívidas trabalhistas da empresa, calculada pelo Sintepav em cerca de R$ 130 milhões em salários atrasados e tíquete alimentação. “Também fomos informados que a Alusa ganhou aditivo de R$ 50 milhões, mas que ela precisa assinar o documento para receber a verba”, disse. Segundo Bastos, a gerência da refinaria teria se comprometido a completar o dinheiro que falta para sanar as dívidas com os trabalhadores.

A movimentação em Suape foi bem administrada pela Polícia Militar, com colaboração das empresas e informações do Consórcio Rota do Atlântico, que administra a parte viária do complexo. Logo nas primeiras horas da manhã os trabalhadores conseguiram fechar os acessos norte e sul de Suape, além da PE-60, esvaziando pneus de ônibus atravessados no meio da estrada. Uma ação rápida do Batalhão de Choque, por volta das 6h, dispersou os operários que bloqueavam a PE-09 (dentro de Suape) com o uso de bombas de efeito moral. Depois disso, a parte norte foi desbloqueada apenas com negociação. A ação restringiu o movimento para os três portões de acesso da Refinaria, liberando o tráfego na PE-09 (a via pedagiada). Depois disso, a polícia voltou a negociar, abrindo o acesso de um dos portões da Refinaria. A partir daí, por volta das 10h, os trabalhadores de outros consórcios que trabalham na construção da Rnest tiveram caminho livre para entrar. Nesta mesma hora, a PE-60 também foi desbloqueada. Os ônibus que levam os funcionários das empresas não envolvidas no caso esperavam a ação da polícia no entorno do complexo. Só entraram depois que a polícia abriu as vias, sob vaia dos manifestantes.

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