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Feriadões 2015: empresários e trabalhadores devem se programar

Pelo menos 12 feriados podem se estender por mais dias este ano. É preciso equilibrar folga e produtividade

editoria de Economia
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Publicado em 01/01/2015 às 5:00
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Se em 2014 cinco feriados caíram no sábado e no domingo, 2015 traz nada menos do que 12 possibilidades de feriadões – datas comemorativas que caem na segunda, na terça, na quinta ou na sexta-feira (faça o download do calendário). Mas, enquanto alguns comemoram os dias a mais de folga, setores como comércio e indústria lamentam as perdas. Segundo a Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), somente o setor amargará perdas estimadas em R$ 925 milhões. 

O levantamento da Fiepe segue a metodologia usada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), que usa projeções do Produto Interno Bruto (PIB) e considera feriados em dias úteis. O valor estimado para este ano é maior do que o previsto em 2014, de R$ 909 milhões. “Mas com os eventos deste ano, nós estimamos que as perdas podem ter atingido R$ 1 bilhão. Contudo, para 2015 optamos pela visão mais conservadora”, diz o gerente da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiepe, Thobias Silva. “Os feriados têm impacto forte na economia. Muda prazos, rotinas e horas dos trabalhadores. Gera, de fato, todo um problema para a cadeia industrial”, comenta o especialista. 

A Câmara de Dirigentes Lojistas da capital (CDL Recife) também já prevê impacto negativo nas vendas, uma vez que o fluxo de clientes cai consideravelmente nesses períodos. “Especialmente quando é na sexta-feira ou na segunda, porque você praticamente perde o sábado”, pontua.

PROGRAME-SE - Independentemente da área de atuação, os empresários devem analisar bem como vão lidar com as folgas nessas ocasiões, para equilibrar a produtividade com a satisfação dos funcionários. O mais importante é fazer isso o quanto antes, como orienta a sócia da TGI Consultoria Georgina Santos. “O mais cedo possível. Assim, a empresa pode reduzir perdas e as pessoas podem se programar.” 

Ela orienta que dois pontos fundamentais devem ser avaliados: a natureza do segmento da empresa e o volume da demanda que ela recebe nesses períodos. “Todo negócio sabe como a demanda de trabalho acontece.” De acordo com esses fatores, é possível ponderar sobre a melhor solução. Entre as opções, estão a compensação diluída nos dias anteriores – por exemplo, 15 minutos a mais por dia –, a escala de “plantão” ou mesmo o abono. Para Georgina, essa análise deve ser negociada com os empregados. “Claro que, em equipes maiores, talvez seja inviável e seja necessário fazer sorteios”, destaca. 

Esse planejamento evita não apenas perdas nos resultados, mas também desgaste com os trabalhadores. “Conseguir distribuir bem essas folgas é ótimo para o relacionamento com os empregados”, ressalta Georgina. “A pior coisa do mundo é ter um funcionário batendo perna dentro da empresa sem ter o que fazer, ocioso e gastando os recursos da empresa”, conclui.


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