TURISMO

Conheça as estratégias dos hoteleiros do interior para atrair turistas neste São João

Em 2015, além da crise, feriado no meio da semana levou empresários de Caruaru e Gravatá a adequarem-se

Da editoria de economia
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Publicado em 23/06/2015 às 5:00
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Em 2015, além da crise, feriado no meio da semana levou empresários de Caruaru e Gravatá a adequarem-se - FOTO: Foto: reprodução do site
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Muitos hotéis e pousadas do interior, especialmente de Caruaru e Gravatá, no Agreste, tiverem mais dificuldade em fechar pacotes de São João neste ano. À crise, somou-se o feriado no meio da semana. De modo geral, os empresários estão satisfeitos, mas, para atrair o turista, foram forçados a não mexer nas tarifas do ano passado para cá. Outra tática foi ampliar as atrações de festas e recreação dentro do próprio hotel. Em 2015, por causa do aumento dos custos, sobretudo com alimentação, água e energia, a tendência é de queda no retorno. Alguns falam em redução de quadro de pessoal. 

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Pernambuco (ABIH-PE), a taxa de ocupação média em Caruaru bateu 80%. Em Gravatá, 75%. Os percentuais são cerca de 10% menores que os registrados no ano passado. O Village Caruaru, por exemplo, conseguiu lotar apenas na semana passada. Ano passado, no início de junho já não tinha mais vaga. “Tínhamos feito um esquema de pacote de três dias, a R$ 1,5 mil, mas não estava vendendo bem, aí abrimos opção de diária isolada, por R$ 400 com café. Ou seja, perdemos R$ 300”, calcula o gerente Gilliard Greick. 

Já o Hotel Central, da rede Citi Hotéis, também em Caruaru, não teve dificuldade para lotar no São João, mas o gerente, Alexandre Oliveira, acredita que a situação não seria tão animadora se tivesse mexido nas tarifas (de sexta a domingo, R$ 290 a diária e, de 21 a 24, R$ 339 com café). Ele comenta que, desde o início deste ano, diminuiu bastante o movimento de fornecedores. “Gente que vinha toda semana agora só está vindo só uma vez por semana. Tenho 17 anos de hotel e nunca tinha visto algo assim”, diz. O faturamento caiu cerca de 30% até maio na comparação anual.

O presidente da ABIH-PE, Eduardo Cavalcanti, é dono do Portal de Gravatá, que está lotado para o período, tanto os apartamentos quanto os flats. Uma das estratégias do empresário é fidelização. Ele notou que 74% dos hóspedes de 2015 curtiram o São João no Portal em 2014. Cavalcanti não mexeu no preço. O pacote continuou R$ 3 mil de sexta a quarta, inclui as três refeições e festa todos os dias, para um casal e duas crianças de até oito anos. Por lá, em razão do aumento geral dos custos, ele já precisou desligar 12 dos 200 funcionários. “Demiti, por exemplo, jardineiro e serviços gerais. Os cargos com alto custo para qualificar, como garçom, faz-se o máximo para preservar”, detalha.

O Monte Castelo, também em Gravatá, decidiu fechar 80% da hospedagem através de pacote e os outros 20% por meio de diária isolada. O hotel está quase lotado, segundo a proprietária, Glória Correa, que acredita que o feriado no meio da semana atrapalhou mais que a situação financeira. Os contratos vêm sendo fechados desde janeiro e esquentaram em maio, mas, até domingo, havia gente ainda fechando. “Como muitos trabalham na segunda demos até um desconto para quem ia voltar para trabalhar depois retornar”, relata.

“Além disso, fizemos uma programação extra que ajudou bastante, com equipe de recreação, banda de forró quase todo dia, apresentação de quadrilha, festa de São João”, acrescenta. Há dois anos, o Monte Castelo não mexe no valor dos pacotes: R$ 3,2 mil para um casal mais duas criança de até 10 anos, com café e almoço, de 19 ou 20 até 24 de junho. O hóspede teve a opção de chegar na sexta sem pagar nada a mais. A diária para o período sai por R$ 700. “É mais prejuízo manter o quarto fechado, por isso facilitamos, dividimos no cartão, não mexemos no pacote”, conta. 


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