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Empresas veem oportunidades para melhorar negócio mesmo na crise

Mesmo sentindo as mudanças impostas pela crise, há quem mantenha o otimismo

Da editoria de economia
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Publicado em 19/07/2015 às 6:59
Foto: Fernando da Hora/ JC Imagem
Mesmo sentindo as mudanças impostas pela crise, há quem mantenha o otimismo - FOTO: Foto: Fernando da Hora/ JC Imagem
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No dia a dia empresarial, os números do 3º Termômetro Empresa LIDE Pernambuco/Ibope se refletem em atitudes que envolvem mudanças nas rotinas, como cortes de custos e foco maior no aumento da produtividade, deixando as demissões como último recurso, uma vez que na maior parte das vezes houve investimento na formação do profissional. A pesquisa mostra que 77% dos 200 entrevistados consideram o cenário político brasileiro o tema mais preocupante para a economia este ano. Há empresários que conseguem manter o otimismo para enxergar, inclusive, oportunidades de melhorar o negócio. 

Diretor da Shineray no Brasil e conselheiro de Gestão do LIDE-PE, Paulo Perez diz que o corte de gastos em períodos de aperto econômico precisa ser generalizado. "É aquela 'economia de guerra', do papel da impressora ao metro quadrado utilizado", esclarece. Para ele, essa é uma postura impositiva para quem trabalha com preços enxutos: "É preciso trabalhar com a redução de despesas internas, incentivando a eficiência e administrar muito bem a logística". Para ele, a redução de despesas é ferramenta indispensável em tempos de aperto. E também é uma das lições ensinadas por esse novo quadro recessivo - o primeiro desde o fim dos anos 1990, na fase pós-Plano Real: atenção aos custos e a valorização da produtividade e de bons profissionais não deve ser uma reação à crise, mas sim parte da cultura da empresa. 

Na trading Twenty Six, o presidente Alex Brenneken, que também é conselheiro de Gestão do LIDE-PE, é outro que avalia onde pode melhorar desempenhos. "Olhamos para dentro da empresa e avalia. Cortamos aqui, investimos ali. Podemos inclusive contratar, como contratamos uma pessoa para o departamento comercial", diz Brenneken, que trouxe um novo profissional à equipe porque o mercado de trabalho também se tornou mais aberto às propostas das empresas.  O empresário frisa que crises trazem consigo novas oportunidades, mas é preciso buscá-las. "Encontramos novas ferramentas e recursos para nós e novos produtos para nossos clientes", garante. Uma atitude que se reflete nos resultados. A previsão é que a Twenty Six feche 2015 pelo menos com estabilidade em relação a 2014, mas Brenneken também trabalha com cenário de crescimento. 

Os empresários lembram ainda que a visão de longo prazo é outro recurso que não pode ser deixado de lado. A Shineray, por exemplo, inaugurou no mês passado uma fábrica no Complexo Industrial Portuário de Suape que recebeu investimentos de R$ 130 milhões.  "Vínhamos embalados no investimento e, se parássemos, perderíamos mais. No entanto, vemos como uma vantagem porque o processo de produção já começa em um ambiente de enxugamento de custos, então quando a economia voltar a ter um bom ritmo, estaremos mais preparados", diz Perez.  

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