Mercado de trabalho

Recife amarga alta taxa de desemprego e perda do poder de compra

Grande Recife tem seguna maior taxa de desocupação do País (10,8%), em novembro

Da editoria de economia
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Publicado em 18/12/2015 às 7:00
Robert Fabisak/JC Imagem
Grande Recife tem seguna maior taxa de desocupação do País (10,8%), em novembro - FOTO: Robert Fabisak/JC Imagem
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Mais desemprego e perda de poder de compra. A crise econômica e política no Brasil tem efeito perverso no Estado. Em novembro, o Grande Recife registrou a segunda maior taxa de desemprego (10,8%) entre as seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE do País, atrás apenas de Salvador (12,3%). É o pior mês de novembro desde 2007, quando a desocupação chegou a 11%. No Brasil, a taxa ficou em 7,5%. Outro dado preocupante é a a dificuldade de recomposição do rendimento médio, corroído pela inflação e por reajustes salariais abaixo do IPCA.

“Na Região Metropolitana do Recife não existe apenas um aumento do número de pessoas perdendo o emprego. Há também um contingente maior da população procurando trabalho. Isso pode ser reflexo da perda do poder de renda do chefe de família, que está obrigando filhos que estavam apenas estudando ou marido/esposa que estavam em casa e agora estão tentando entrar no mercado de trabalho”, observa o economista e representante do Conselho Federal de Economia (Cofecon) em Pernambuco, Fábio Silva. Em novembro de 2014, a taxa de desemprego na RMR foi de 6,8%, enquanto no mesmo mês desde ano subiu para 10,8%.

Além do aumento de pessoas procurando emprego, a perda de postos de trabalho em alguns setores contribuiu para o aumento da taxa de desocupação. A construção civil, que sofreu com a paralisação das grandes obras e a desaceleração dos empreendimentos imobiliários, foi a atividade mais atingida.

“No Grande Recife isso foi mais evidente do que no restante do País. A taxa de pessoas ocupadas na atividade caiu 9,4%, enquanto no Brasil a diminuição foi de 1,4%. A corrupção na Petrobras, com a paralisação das obras da Refinaria Abreu e Lima foi uma das principais contribuições”, destaca Silva. Já na indústria, a diminuição da taxa de ocupação (0,9%) foi menos expressiva do que a média brasileira (8,8%). Isso porque o Estado tem um perfil diferente e os setores de alimentação e bebidas sustentaram a produção.

RENDIMENTO

A recessão não pegou prejudicou apenas a parcela da população que perdeu o emprego. Quem se manteve no trabalho sofre com a perda do poder de compra dos salários. “A queda do rendimento foi um resultado que surpreendeu na Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Na comparação com novembro de 2014, a RMR registrou um encolhimento de 7,8% no rendimento médio. É uma perda substancial que reflete no varejo. Os empresários do comércio estão sofrendo as consequências e caminhando para um fim de ano ruim. As empresas não estão repassando sequer a inflação nos reajuste e recém-contratados também chegam ganhando menos”, afirma o economista.

No Grande Recife, o rendimento médio caiu de R$ 1.729,98 para R$ 1.594,30, entre novembro de 2014 e o mesmo mês deste ano. O setor industrial foi o que teve maior perda (17%), com o valor médio passando de R$ 1.962,51 para R$ 1.628,60.

No Brasil, a taxa de desocupação em novembro foi estimada em 7,5% na média para as seis regiões metropolitanas (Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Rio e Porto Alegre). Na comparação com outubro (7,9%) a taxa foi menor, mas na comparação com novembro de 2014 ficou 2,7 pontos percentuais maior (passou de 4,8% para 7,5%).

 

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