Os moradores de Cachoeirinha, cidade do Agreste do Estado referência na produção de acessórios utilizados em vaquejadas, estão organizando uma manifestação contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que julgou inconstitucional a lei cearense que regulamentava a prática como esporte. O ato está marcado para esta terça-feira (11), às 9h, com concentração em frente ao antigo Clube do Rio Una.
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De acordo com o presidente da Associação dos Artesãos de Cachoeirinha, Narciso Silva, a produção dos artesãos da cidade pode cair em até 80% se as vaquejadas forem proibidas. "Nós somos a cidade que mais fabrica o material utilizado nas vaquejadas. São 4.500 envolvidos nesse trabalho, 1.500 empregos diretos, 400 fabricos e 53 lojas na cidade", explica.
Em uma página no Facebook, uma moradora de Cachoeirinha destacou que o fim das vaquejadas prejudicaria a renda de muitas pessoas residentes na cidade. "Em vez de fazer uma votação para acabar com a corrupção, eles estão fazendo uma votação para acabar com os empregos de Cachoeirinha. Se eles acabarem a vaquejada o que é que vai ser daqui?", questionou.
Protestos a favor da realização de vaquejadas estão sendo organizados por vaqueiros e profissionais ligados à prática em outras cidades do Estado, como Caruaru e Garanhuns, e também do Nordeste.
STF julga inconstitucional lei que regulamenta vaquejada
O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4983 contra a Lei 15.299/2013, do Ceará, que regulamenta a vaquejada como prática desportiva e cultural no estado.
Votaram a favor os ministros Marco Aurélio Mello, relator do caso, Roberto Barroso, Rosa Weber, Celso de Mello, Ricardo Lewandowisk e a presidenta Cármen Lúcia. Ao apresentar seu voto, que desempatou o julgamento, Cármen Lúcia reconheceu que a vaquejada faz parte da cultura de alguns estados, mas considerou que a atividade impõe agressão e sofrimento aos animais.