Artigo de luxo

Preço do camarão dispara em Pernambuco

Doença conhecida como mancha branca está matando os crustáceos criados em fazendas no Estado

JC Online
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Publicado em 25/10/2016 às 11:36
Foto: Edmar Melo/JC Imagem
Doença conhecida como mancha branca está matando os crustáceos criados em fazendas no Estado - FOTO: Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Mancha branca. Esse é o nome da doença responsável por dizimar cultivos de camarões em Pernambuco. De acordo com o Instituto Agronômico do Estado (IPA), os criadouros locais tiveram redução de aproximadamente 65% na população total dos crustáceos por causa do vírus causador da doença, que pode matar criações do animal em cerca de três dias. O prejuízo também atinge outras localidades no Nordeste, como Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Alagoas. 

Apesar de o vírus não fazer mal ao ser humano, o bolso de quem quer comer um camarãozinho já está sendo afetado. Enquanto em feiras livres e supermercados o quilo do produto era vendido a cerca de R$ 17 no mês passado, agora, o consumidor desembolsa aproximadamente R$ 28 pela mesma quantidade. 

De acordo com especialistas, a doença surgiu no Equador e está presente em criações de camarão no mundo inteiro. Apesar de não ser a primeira vez que o mal aparece em Pernambuco – desde 2012, e principalmente no inverno, criadores do crustáceo já precisam lidar com a mancha branca –, neste ano, os produtores estão enfrentando um problema ainda maior. Pela primeira vez, o mal também atingiu localidades como o Norte do Rio Grande do Norte e o leste do Ceará.

“Com o impacto da mancha em novas regiões, cada Estado está tentando salvar seu próprio mercado. Não sobra nada para vender para outras localidades. Isso causa escassez do produto ou grande elevação de preço”, explica o presidente do sindicato das Empresas em Aquicultura e Indústria de Beneficiamento de Pescados de Pernambuco, Maurício Lacerda. Desde 2012, o potencial de criação dos crustáceos no Estado caiu de 70 mil toneladas por ano para 20 mil toneladas. 

Quem compra o produto com frequência já sentiu a disparidade de preços. “Subiu uns R$ 8 por quilo, mas eu continuo levando. Às vezes, vale comprar em Itapissuma, porque consigo encontrar um preço um pouco melhor do que no supermercado no Recife”, diz a aposentada Cleide Lopes. 

OPÇÕES

Na opinião do diretor comercial da Noronha Pescados, Guilherme Blanke, o momento é de oferecer à população outros produtos. “Estamos comprando camarão 40% mais caro, e parte do aumento vai para o consumidor. Nossa estratégia tem sido fortalecer as vendas do salmão, que também é um produto nobre”, aponta. 

A expectativa é que os preços só cedam no final de 2017. Até lá, os criadores devem receber treinamento para aprender a controlar melhor a doença. 

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