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Brasileiro vai adiar sonhos de consumo para o segundo semestre

Enquete da Deloitte mostra que compras de eletroeletrônicos, carros e outros itens serão postergadas

Da editoria de economia
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Publicado em 12/02/2017 às 7:00
Edmar Melo/Acervo JC Imagem
Enquete da Deloitte mostra que compras de eletroeletrônicos, carros e outros itens serão postergadas - FOTO: Edmar Melo/Acervo JC Imagem
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As compras vão ficar para depois. A enquete “Hábitos e tendências de consumo do brasileiro no início de 2017” realizada pela Deloitte e aplicada pelo Ibope/Conecta-i mostra que os brasileiros decidiram adiar para o segundo semestre de 2017 seus sonhos de consumo. O medo do desemprego, a crise econômica e as despesas do início de ano são algumas das razões para a cautela neste início de ano. A enquete ouviu 1.084 pessoas em todo o País ao longo do mês de janeiro.

No levantamento, 61% dos participantes disseram que vão postergar para o segundo semestre gastos com viagens e com a troca de equipamentos eletroeletrônicos (como TV, smartphone e computador). O segundo desejo de compra mais citado (e que ficará para mais tarde para 51% dos pesquisados) é a troca de eletrodomésticos (como geladeira, fogão e outras utilidades para o lar). O carro é o terceiro da lista de sonhos a ficar para adiante no caso de 45% dos pesquisados.

SERVIÇOS

Os serviços também integram a extensa lista de desejo de consumo protelado. Para 41% dos participantes da enquete, a inscrição na academia e os tratamentos estéticos serão esquecidos por enquanto. O mesmo vai acontecer para 34% quando o assunto é curso superior, de língua ou técnico. “A retomada da economia não vai acontecer na velocidade que se espera e a tendência das pessoas será manter uma postura cautelosa.

Tradicionalmente o início de ano já é um momento de retração, em função de despesas com matrículas escolares, tributos e dívidas com as festas natalinas. Isso se agrava com a permanência da crise e a insegurança em relação à empregabilidade”, observa o sócio-líder para a indústria de Bens de Consumo e Produtos Industriais da Deloitte Brasil, Reynaldo Saad.

Na avaliação dele, nem mesmo os saques das contas inativas do FGTS deverão alterar o cenário de consumo no primeiro semestre de 2017. “Ainda não se sabe o que a população vai fazer com o dinheiro, mas a aposta é de que paguem dívidas ou que poupem. Não há uma inclinação ao consumo neste momento”, acredita.

A enquete também questionou se os pesquisados estão em melhor ou pior situação financeira em relação a 2016 neste início de ano. Do total, 37% respondeu que está igual, 27% que está pior e 34% que melhorou. Dentre as razões para adiar as compras estão o receio dos efeitos da crise econômica (94%), cautela em relação à alta da inflação e/ou dos juros (91%), o fato de os pesquisados afirmarem que sempre economizam ou poupam parte ou todo o seu décimo terceiro salário (65%) e o receio de perder o emprego (44%).

 

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