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Conta de água ficará 7,88% mais alta. A seca contribuiu para isso

O reajuste entra em vigor no próximo dia 20 de março

Da editoria de economia
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Publicado em 21/02/2017 às 7:01
Foto: Heudes Regis
O reajuste entra em vigor no próximo dia 20 de março - FOTO: Foto: Heudes Regis
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A seca chegou na conta do consumidor da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). O reajuste na tarifa de água será de 7,88% para a quase totalidade de 1,3 milhão de clientes da estatal, a partir de 20 de março. A exceção é formada pelos consumidores da tarifa social – que são cerca de 150 mil – e terão um reajuste de 5,43%. “Os dois índices que medem a inflação, tanto o IPCA como o IGPM, foram o que mais contribuíram para essa alta. Depois disso, a despesa que mais impactou foi o gasto com os carros-pipa”, explica o diretor de Regulação da Agência Reguladora de Pernambuco (Arpe), Ricardo Fiorenzano.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma alta de 5,35% entre 1º de fevereiro de 2016 e 31 de janeiro deste ano, período sobre o qual foi calculado o aumento. Na mesma época, o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) teve uma variação de 6,64%. O reajuste (7,88%) ficou mais alto do que ambos indicadores por causa da estiagem que levou ao colapso as barragens que abasteciam 22 cidades do Agreste do Estado. Atualmente, a estatal tem cerca de 612 mil usuários abastecidos por carros-pipa.

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Segundo Fiorenzano, somente as despesas com carro-pipa foram responsáveis por 2,62% do total dos 7,88% do aumento. Este ano, a crise hídrica substituiu a energia elétrica, fator que mais contribuiu para a alta da conta de água nos dois anos anteriores (2015 e 2016). “Em 2016, a Compesa teve um custo a mais de cerca de R$ 100 milhões com carro-pipa, investimentos em obras emergenciais, como adutoras e captação de água. Também deixamos de faturar nas 22 cidades que entraram em colapso no abastecimento”, diz o diretor de Articulação de Meio Ambiente da Compesa, Aldo Santos. Ele acrescentou que a Compesa pediu 8,58% de reajuste à Arpe.

REAJUSTE

O efeito total do reajuste só deve ser sentido nas contas a partir de maio. Os clientes da tarifa social tiveram um reajuste menor (5,43%), porque tiveram os custos extra da seca excluídos no cálculo do seu reajuste. O reajuste da Compesa é calculado pela Arpe que, geralmente, divulga os percentuais cerca de 30 dias antes deles entrarem em vigor. A Arpe também pediu para a estatal enviar, a cada trimestre, as despesas com carro-pipa à agência. 

Para o ano, o aumento da Compesa deve ser ainda maior, porque ocorrerá uma revisão tarifária, quando são embutidos no reajuste despesas extras realizadas pela concessionária assim como os investimentos feitos. 

A Compesa vem crescendo o seu faturamento nos últimos anos. Em 2015, a estatal faturou R$ 1,06 bilhão. A expectativa era de uma receita de R$ 1, 6 bilhão no ano passado, o que não deve se concretizar por causa da crise hídrica. O balanço da estatal ainda não foi publicado. A empresa tem cerca de 3,5 mil funcionários e quase 3 mil terceirizados.

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