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Investir na Bolsa com robô é para quem quer risco sem emoções

A utilização de robôs que analisam dados do mercado em alta velocidade para realizar operações de compra e venda de ações na Bolsa de Valores tomou força nos últimos anos no Brasil

JC Online
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Publicado em 02/04/2017 às 8:17
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A utilização de robôs que analisam dados do mercado em alta velocidade para realizar operações de compra e venda de ações na Bolsa de Valores tomou força nos últimos anos no Brasil - FOTO: Divulgação
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A utilização de robôs que analisam dados do mercado em alta velocidade para realizar operações de compra e venda de ações na Bolsa de Valores tomou força nos últimos anos no Brasil. Nos Estados Unidos, os robôs já são responsáveis por 85% das ordens de entrada ou saída em operações de até 30 dias.

Não é para menos. As máquinas conseguem compreender muito mais rápido que o olho humano o padrão de comportamento das ações através de cálculos estatísticos e fórmulas matemáticas, os algoritmos. Um segundo pode ser determinante para ganhar com uma tendência de alta ou queda de preço de um papel. Menos de um segundo é o tempo para decidir se é o momento de comprar ou vender. Corretoras colocam seus servidores próximos à Bolsa para a informação chegar o quanto antes aos clientes. Tempo é dinheiro.

Essa movimentação de mercado no curto prazo é de fato estressante e, para muitos, parece ser exclusiva de investidores experimentados ou daqueles que têm uma pedra de gelo no lugar do coração. Não é o que pensa, no entanto, o pessoal da L&S Quant, empresa de tecnologia financeira baseada em Porto Alegre e que atua em todo o Brasil. Para eles, os robôs vieram para atrair justamente quem quer ter ganhos expressivos no curto prazo, mas não tem conhecimento técnico para atuar na Bolsa.

“As pessoas têm interesse em ter o dinheiro no mercado, mas não têm tempo e nem conhecimento. A dificuldade é que elas não sabem que existe a alternativa do robô, que pode comprar e vender ação para elas. A máquina permite que o investidor possa manter suas atividades, cuidar da sua profissão, do filho, fazer outras coisas, sem ter que passar o tempo todo de olho nas oscilações de mercado. A grande vantagem dos robôs sobre os seres humanos é que eles não são atrapalhados pela emoção”, diz o sócio majoritário da L&S Quant, Alexandre Volvack, mais conhecido no mercado como Alexandre Stormer.

FRIEZA

“A ganância e o medo dificultam a tomada de decisão. O robô, no entanto, vê o sinal e executa a operação. Não tem receio ou outra emoção que atrapalhe. Isso facilita muito”, argumenta.

Os robôs operam em nuvem a partir da análise gráfica do movimento da Bolsa. Em outras palavras, a tecnologia funciona para operações de curto prazo diárias, não levam em conta a análise fundamentalista das empresas, ou seja, se elas são boas ou ruins. Por isso, avalia Stormer, os robôs podem ser um aliado perfeito na estratégia diária. “A análise gráfica não diz qual empresa comprar, mas qual a melhor hora de comprar e vender”, ratifica.

A L&F Quanti opera na plataforma da XP Investimento, uma das maiores corretoras do País e, segundo seus técnicos, essas operações chamadas de day trade podem começar com investimentos a partir de R$ 25 mil. Valores menores podem ser prejudicados pelas taxas operacionais.

Segundo o operador Janderson Ferreira o sistema tem uma taxa de acerto de até 85% e pode operar taxas de lucro que chegam a 8% num mês, descontando as taxas.

“Para quem não tem conhecimento, é de fato interessante, encurta uns 4 anos de aprendizagem e de tentativas e erros. A pessoa traça a estratégia e o robô opera”, salienta.

O Grupo L&F tem 15 anos de experiência no mercado e possui R$ 600 milhões em custódia. Quer chegar ao final do ano com R$ 1 bilhão em carteira. Há outras operadoras que também trabalham com robôs, como a Touring. A pioneira no Brasil neste tipo de operação é a Link Corretora.

A L&F atende os clientes através do site https://lsquant.com.br/. “No Brasil apenas 5% das operações são feitas por robô. Existe um espaço enorme de crescimento”, diz Stormer.

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