CARREIRA

Jovens devem se capacitar enquanto mercado não reaquece

Maiores vítimas do desemprego, os jovens não precisam ficar ociosos enquanto vagas não aparece. Especialistas recomendam usar tempo para se qualificar

Da editoria de economia
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Publicado em 31/08/2017 às 7:15
Fotos: Diego Nigro/ JC Imagem
Maiores vítimas do desemprego, os jovens não precisam ficar ociosos enquanto vagas não aparece. Especialistas recomendam usar tempo para se qualificar - FOTO: Fotos: Diego Nigro/ JC Imagem
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Além da crise, a falta de experiência. O desemprego é realidade hoje para 28,8% dos jovens brasileiros - número muito superior aos 13,2% da média geral do País - , de acordo com o IBGE, resultado que confirma a dificuldade daqueles que têm entre 18 e 24 anos para encontrar um trabalho. Segundo empresários e especialistas, no entanto, a realidade dura com a qual se deparam ao concluir a escola ou a graduação não deve desmotivar. Como todo ciclo econômico, o atual quadro de desaquecimento irá acabar e, quando isso acontecer, sai na frente quem aproveitar o presente para se qualificar.

"Existem alguns motivos que levam o mercado a, em momento de crise, não priorizar os jovens na hora da contratação. Profissionais já com experiência não demandam treinamento, por exemplo, e já têm o perfil definido para áreas determinadas", explica o economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos. Ele destaca, no entanto, que não é a dificuldade de econtrar um trabalho que deve determinar a carreira nessa faixa etária. "As pessoas podem aproveitar esse tempo, por exemplo, para estudar mais ou fazer um trabalho voluntário na sua área. Isso não impede de continuar procurando emprego e ainda ganha-se experiência".

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O especialista em Recursos Humanos (RH) André Valentim ainda destaca outra razão para aproveitar o tempo de busca por emprego. "Esse número de desempregados aumenta a competitividade e faz com que os critérios de seleção fiquem ainda mais rígidos", destaca. Com mais concorrência, os horizontes para o aperfeiçoamento também precisam se abrir, indo além de conteúdos tradicionais. "A maior parte das empresas não demite por fatores técnicos, mas comportamentais", afima Valentim, que realiza cursos de orientação para os jovens do Instituto JCPM (IJCPM).

E foi justamente em consequência do investimento em qualificação que trouxe resultados para o jovem Rodolfo de Farias, que após três anos fora do mercado formal volta à ativa na próxima semana. "Muitos amigos se sentem desmotivados com a procura sem resultado, mas a resposta, despois de fazer o curso, foi quase que imediata", afirma, referindo-se à capacitação de Excelência no Atentimento ao Cliente oferecida pelo Instituto para a comunidade onde vive, em Brasília Teimosa, Zona Sul do Recife.

Além dele, outros jovens das comunidades de Brasília Teimosa e Pina irão participar, hoje, de atividades no IJCPM para celebrar o encerramento do Mês da Juventude, comemorado em agosto.

EXEMPLOS

 

Para tentar superar a própria timidez e de olho nos seus plenos para o presente e o futuro, Paulo Cosmo, 19, está fazendo o curso no IJCPM de Apresentação em Público. "Agora estou procurando uma vaga como vendedor, para ajudar na renda de casa. Mas acredito que o curso também irá me ajudar na minha futura profissão", destaca. Ele cursa o segundo período de direito e sonha em ser adovogado ou juiz.

 

Também com bastante foco, Kalyne Santos, 21, está na reta final do curso de administração de empresas. "Senti que precisava me qualificar mais depois de uma entrevista de estágio que, quando terminou, percebi que poderia ter me saído melhor se tivesse me expressado da forma correta", lembra. Para melhorar a comunicação, ela realizou o curso de oratória do instituto e agora aguarda a conclusão da graduação para procurar emprego na área.

 

Para Alice da Silva, 20, a primeira oportunidade começa agora em setembro, quando irá iniciar como Jovem Aprendiz em uma farmácia. "Eu sei que, se me esforçar bastante, posso ser contratada depois e, com isso, vou poder fazer o curso que sonho, o de nutrição", afirma.

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