BIOCOMBUSTÍVEIS

Novo programa da União vai estimular a expansão da produção de álcool

A intenção do governo federal é que o País alcance uma fabricação de 50 bilhões de litros por ano até 2030

Angela Belfort
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Angela Belfort
Publicado em 26/09/2017 às 8:01
Foto: Léo Motta/JC Imagem
A intenção do governo federal é que o País alcance uma fabricação de 50 bilhões de litros por ano até 2030 - FOTO: Foto: Léo Motta/JC Imagem
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Vem aí um novo programa do governo federal que vai estimular o aumento da produção do etanol: o RenovaBio. A expectativa é de que o Brasil passe a produzir 50 bilhões de litros de biocombustíveis até 2030, segundo o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho. Ano passado, o Brasil produziu 27 bilhões de litros de combustível verde. O anúncio foi feito ontem, durante o Fórum Nordeste 2017, que aconteceu no Paço Alfândega.

As emissões de carbono são menores, quando se usa biocombustível nos motores dos carros, em substituição aos combustíveis fósseis que contribuem para o aquecimento global. “O RenovaBio vai aumentar a produtividade induzindo ganhos de eficiência e produtividade, além de reconhecer a capacidade dos biocombustíveis de reduzir as emissões de carbono”, disse um dos maiores especialistas do setor sucroenergético, o presidente da consultoria Datagro, Plínio Nastari.

A expansão da produção será planejada, pode estimular novos investimentos e gerar mais empregos. A outra vantagem do RenovaBio, que será lançado na próxima semana, é que o aumento da produção do combustível oriundo da cana-de-açúcar vai ajudar o Brasil a cumprir as metas de redução de emissões de carbono assumidas durante a COP 21 – conferência do meio-ambiente – que ocorreu em Paris, na França.

Ainda no evento, Plínio Nastari disse que o carro elétrico projetado para ser usado na Europa entre 2030 e 2040 é mais poluente do que o atual veículo flex brasileiro que usa etanol. “Isso ocorre porque o etanol brasileiro tem uma baixa pegada de carbono, enquanto uma parte da energia elétrica da Europa não vem de fonte limpa”, revelou. O velho continente tem térmicas a carvão, o que é muito poluente.

O carro elétrico também foi tema das palestras, porque esse veículo será abastecido por baterias e, em tese, não usará combustível. Nastari defende que deveria ser adotado no Brasil um veículo de Célula Combustível de Óxido Sólido, tecnologia que permite a produção da energia elétrica no motor do carro, a partir do uso do biocombustível. Esse tipo de veículo pode chegar ao mercado em quatro ou cinco anos.

EVENTO

O Fórum Nordeste 2017 contou com a presença de três ministros de Estados (o da Educação, Mendonça Filho; o das Cidades, Bruno Araújo, além do de Minas e Energia). Também participou do evento o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), e uma parte significativa dos empresários do setor.

“Pretendemos trazer para o Nordeste um olhar sobre o debate das energias renováveis, ampliando essa discussão fora do eixo Sul e Sudeste”, afirmou o presidente do Grupo EQM, Eduardo Queiroz Monteiro, organizador do evento, que foi apoiado pelo Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE). “A nossa intenção é conciliar eficiência energética com uma política de Estado para biocombustíveis”, contou o presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha.

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