Setor elétrico

Chesf teve lucro de R$ 5,9 bilhões, mas valor inclui indenizações

Sem os recursos das indenizações, prejuízo foi de R$ 20 milhões de janeiro a setembro

Da editoria de economia
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Publicado em 15/11/2017 às 7:00
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Sem os recursos das indenizações, prejuízo foi de R$ 20 milhões de janeiro a setembro - FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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O pagamento de indenização do governo Federal à Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) está alterando o balanço da empresa. Divulgado ontem, o resultado de janeiro a setembro deste ano aponta para um lucro contábil de R$ 5,968 bilhões contra R$ 5,928 bilhões do mesmo período do ano passado. Eliminado o “efeito extraordinário” da indenização, a companhia fecha o período com prejuízo de R$ 20 milhões, contra um resultado negativo de R$ 40 milhões nos nove primeiros meses de 2016.

“A receita também sofreu o mesmo impacto. Passou de R$ 11,5 bilhões para R$ 3,7 bilhões (no intervalo analisado), mas retirando o pagamento de R$ 9 bilhões relativos a indenizações em 2016 e de R$ 1,1 bilhão de 2017, o crescimento da receita foi de 3,8% (passando de R$ 2,5 bilhões para R$ 2,6 bilhões”, explica o economista e contabilista José Emílio Calado, sócio-diretor da JBG&Calado.

No ano passado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) concluiu que as empresas do setor elétrico teriam direito a uma indenização de R$ 62 bilhões. Os valores estão sendo pagos para reduzir os impactos da Medida Provisória 579, editada durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff e que reduziu em 20% a tarifa de energia elétrica. Com a MP, as empresas amargaram redução de receita enquanto continuavam a fazer investimentos.

DESLIGAMENTOS

O balanço da Chesf também traz um aumento nos recursos de provisão para contingência de R$ 1,7 bilhão para R$ 2,1 bilhões. Parte desses valores serão usados para custear o Plano de Aposentadoria da empresa. Lançado em julho deste ano, como parte do Plano Diretor de Negócios e Gestão 2017/2021, o programa vai reduzir em 470 pessoas o quadro de funcionários até o final do ano. Hoje a companhia tem 4,5 mil empregados. De acordo com a Chesf, os desligamentos vão proporcionar uma economia anual de R$ 139,2 milhões.

Com balanço também divulgado ontem, a Eletrobras anunciou que vai lançar seu plano de demissão voluntária no próximo mês. O presidente da Companhia Wilson Ferreira Júnior acredita que 2,5 mil pessoas devem aderir ao plano entre dezembro deste ano e agosto de 2018. A expectativa é de que o Plano de Aposentadoria Extraordinária (PAE) gere uma economia de R$ 877 milhões. Após o processo de privatização e das demissões voluntárias, a projeção é de que o número de funcionários caia de 24 mil para 13 mil.

A Eletrobras fechou o terceiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 537,6 milhões, registrando queda de 37% na comparação com igual período de 2016. No mesma intervalo analisado, a receita líquida da companhia cresceu 4,4%, atingindo R$ 8,9 bilhões. A atualização financeira das indenizações dos ativos antigos de transmissão também tiveram efeito sobre o balanço.

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