Emprego

Falta de qualificação dificulta processo de contratação

Cerca de 40% das vagas ofertadas em Pernambuco não são preenchidas por falta de qualificação ou perfil

Da editoria de economia
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Publicado em 06/06/2019 às 14:26
Foto: Guga Matos/Acervo JC Imagem
Cerca de 40% das vagas ofertadas em Pernambuco não são preenchidas por falta de qualificação ou perfil - FOTO: Foto: Guga Matos/Acervo JC Imagem
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Cerca de 60% das oportunidades de emprego oferecidas, diariamente, pela Agência do Trabalho em Pernambuco são convertidas em contratações. Nas demais, os candidatos não têm qualificação ou perfil necessário para ocupar as vagas. Ocupações ociosas são um contrassenso numa realidade de mais de R$ 13 milhões de desempregados no País. No entanto, especialistas confirmam que esse cenário não é incomum e que a principal causa são currículos rasos.

"Principalmente no setor da indústria e de tecnologia da informação existem vagas sobrando, mas não temos pessoas qualificadas para ocupar. Muitas vezes precisamos importar pessoas de outros Estados", confirmou o gerente geral de emprego do Estado, Jailson Pacheco.

A especialista em Recursos Humanos Carolina Holanda, da Ágilis RH, reforça a importância de se capacitar para voltar ao mercado de trabalho, assim como para evitar perder um emprego. "Às vezes pode ser uma idealização muito grande por parte das empresas que querem um profissional já pronto e preparado. Mas em geral é porque os profissionais não estão se preparando como deveriam. Então, é preciso fazer cursos de capacitação e se apropriar das oportunidades. É preciso refletir como tornar o currículo mais atraente", pontuou.

Em Pernambuco, os setores que mais empregam são Construção Civil e Indústria da Transformação e Comércio. O Sistema S, que inclui instituições como Senac, Sesi e Senai, tem contribuído para formação de mão de obra qualificada no Brasil. São oferecidos cursos gratuitos, assim como aqueles que, mesmo pagos, custam menos do que os demais disponíveis no mercado.
Atualmente, o Senac não está com turmas PSG (Programa Senac de Gratuidade) abertas, mas os cursos gratuitos são oferecidos no site www.pe.senac.br. Esses cursos são para pessoas com renda per capita de até dois salários mínimos e que se enquadrem no perfil da programação.

De acordo com a diretora de Operações do Senac-PE, Maria Goretti, há vagas nos segmentos de hospitalidade previstas para 2019. "Também neste ano, já ofertamos vagas de qualificação nos segmentos de Gestão, Comércio e Hospitalidade, e também vagas de Habilitação Técnica nos segmentos de Saúde, Segurança e Comunicação", afirmou. Segundo Goretti, "como as vagas para os cursos gratuitos são ofertadas por editais de inscrição, na sua grande maioria, são completadas."

No caso do Senai, os cursos gratuitos são voltados para jovens de 18 a 24 anos e buscam a inserção no mercado de trabalho na área industrial. No entanto, há cursos pagos, com valores mais acessíveis, que podem ser oferecidos para a população em geral. Atualmente, estão abertas inscrições para 2.250 vagas em cursos nas áreas de edificações, transportes, refrigeração e climatização, alimentos e bebidas, gestão, logística e muito mais. A gerente de educação do Senai-PE, Carla Abigail, reafirma que esse tipo de qualificação não deve ser apenas para buscar o retorno ao mercado de trabalho, mas como busca pelo seu próprio engrandecimento profissional.

"A formação profissional para a reinserção, ou manutenção, é um diferencial. Aqueles de menor escolaridade que estão no chão de fábrica, por exemplo, precisam se capacitar para estarem prontos para não se desempregar em casos de funções que venham a ser descontinuadas", avaliou.

Requalificar

Udemy, marketplace de ensino e aprendizado online, divulgou, este ano, a segunda edição da pesquisa Lacuna de Habilidades. O estudo é feito com mais de mil profissionais brasileiros em tempo integral, criando um termômetro do mercado de trabalho atual. Entre os resultados, 95% dos brasileiros acreditam que há uma lacuna de habilidades no País e 72% se sentem pessoalmente afetado por ela; as mulheres (75%) sentem mais o impacto do que homens (69%). Além disso, 86% dos participantes acham que alguns adultos não estão participando atualmente da força de trabalho porque não estão dispostos a se requalificar.

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