A Compesa procura empresas que produzam energia excluvisamente para a estatal. “Num primeiro momento, a ideia é contratar essa energia mais barata, baixando os custos para sobrar mais recursos para investir”, diz o diretor de Novos Negócios da Compesa, Flávio Coutinho. A estatal gasta cerca de R$ 230 milhões por ano com a conta de luz, que está entre as três maiores despesas da organização. Na próxima segunda-feira (23/12), a empresa irá publicar um edital de chamamento público na modalidade Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI).
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A ideia da Compesa é reduzir em 27% o preço da conta de energia, o que daria uma economia de R$ 62 milhões por ano. As empresas interessadas em fornecer a energia devem fazer o cadastramento até 15 de fevereiro do próximo ano. Depois disso, será dado um prazo de 90 dias para a apresentação das propostas. “A escolha vai se dar pela viabilidade do menor custo de geração de energia”, contou Flávio.
Nos últimos anos, o preço alto da energia já chegou a impactar o reajuste da conta de água. "Por enquanto, o objetivo desta iniciativa não é reduzir a tarifa. Pode ser até que isso contribua", contou Flávio.
As futuras geradoras de energia podem ser instaladas nas dependências da Compesa ou não e serem projetos ou empreendimentos em fase de operação. “Os estudos é que vão dar os detalhes de como será essa parceria”, acrescentou Flávio.
O impacto da energia na conta da Compesa
“O insumo energia elétrica é bastante significativo para as companhias de saneamento. Os sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário são responsáveis por cerca de 3% da energia consumida no mundo. Cerca de 98% das companhias brasileiras têm entre seus três maiores custos, as despesas com energia elétrica. Para se ter uma ideia, em 2018, a Compesa foi responsável por 4% da energia consumida em Pernambuco, número maior que os consumos individuais de 177 municípios pernambucanos. Precisamos buscar fontes de energia renováveis e mais baratas para atender a nossa demanda”, destaca a presidente da Compesa, Manuela Marinho.
Com a entrada em operação da primeira etapa da Adutora do Agreste, a conta de energia pode se tornar a maior despesa da estatal. Atualmente, o maior custo da Compesa é com gastos de pessoal. Os segundo e terceiros custos se revezam entre os recursos desembolsados com a Parceria Público-Privada (PPP) do Saneamento - nos 15 municípios da Região Metropolitana do Recife – e a conta de energia, que sobe para a segunda maior despesa, quando a conta de luz está com bandeiras tarifárias como a amarela ou vermelha, que deixam a conta de luz mais cara.
Os estudos indicando os empreendimentos que vão gerar a energia podem ser divididos em dois blocos: usinas de geração distribuída - gerada por pequenos sistemas - de até 5 megawatts (MW) e usinas de até 20MW que podem fazer parte do mercado livre.