Embora o preço das carnes tenha pressionado a inflação no País e no Recife, a capital pernambucana registrou uma variação negativa um tanto quanto curiosa em relação ao IPCA acumulado em 2019. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o subitem cabeleireiro foi o que mais ajudou a manter o Recife com o segundo menor resultado em termos de inflação no País, com uma queda de 4,83% em 12 meses até dezembro.
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A capital pernambucana acumulou alta de 3,71% no ano passado, perdendo apenas para Vitória (Espírito Santo), em se tratando do IPCA em geral. Assim como no restante do País, as carnes foram as grandes vilãs (32,4% no Brasil e 31,08% no Recife), mas a redução dos preços no cabeleireiro foram decisivas para manter o IPCA daqui abaixo do índice de 4,31% mensurado no cenário nacional.
“Recife teve a segunda menor variação, sendo maior só que Vitória (Espírito Santo). O maior impacto negativo em Pernambuco veio do cabeleireiro, que caiu quase 5% agora em 2019 e teve um peso de -0,08%. O item representa 1,59% do total do IPCA na região”, diz o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.
Em 12 meses, no Recife o subitem cabeleireiro apresentou ligeiras altas apenas em abril (0,02%), julho (0,48%), agosto (1,17%) e setembro (0,85%). Porém, de janeiro a dezembro de 2019, a redução foi de 4,83%, inclusive com queda de 0,99% no mês de dezembro - época que tradicionalmente há uma demanda maior pelo serviço.
"Este ano (2019) não houve aumento do serviço, justamente por isso não houve aumento dos valores do que é feito no salão. Conseguimos manter o preço e, isso de alguma forma acabou ajudando para atrair alguns novos clientes, porque o preço das coisas estava estável no salão. O cliente que veio em janeiro, voltou na metade do ano e pagou a mesma coisa pelo corte ou outro serviço", conta a cabeleireira Sandreane Rosa, 34 anos, que trabalha num salão de beleza no bairro da Boa Vista, Centro do Recife.
Alta
Por outro lado, a capital pernambucana bateu o recorde em relação ao Filé-mignon. A alta por aqui foi de 60,49%. O resultado foi quase o dobro do percentual de alta nacional (31,48%) e o maior entre as regiões pesquisadas pelo IBGE.
Em todo o País, o grupo que apresentou maior variação em 2019 foi Alimentação e bebidas, com alta de 6,37%. Em 2018, este grupo teve inflação de 4,04%. Naquele ano, o grupo com maior variação tinha sido educação, com variação de 5,32%. Na RMR, o resultado foi semelhante. Alimentação e bebidas, representou a maior variação, 5,94%. No ano de 2018, o IPCA no Recife foi de 2,84%.
