O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Petróleo dos Estados de Pernambuco e Paraíba (Sindipetro PE/PB) decidiu que irá decretar greve por tempo indeterminado nas bases do Sistema Petrobrás de ambos os estados. A paralisação tem início à meia-noite deste sábado (1º). A categoria alega quer a parada é uma medida em "defesa dos empregos e contra as demissões em massa executadas pela empresa."
De acordo com a categoria, a depender da duração da greve, pode ser afetada a distribuição de gás de cozinha (GLP) e gás veicular (GNV). O abastecimento dos postos de combustíveis dos dois estados também pode sentir o reflexo da paralisação. Os petroleiros estimam que uma semana de braços cruzados já começam a refletir nos estoques dos postos de combustíveis da Região Metropolitana do Recife, no caso de Pernambuco, por causa da alto volume que é consumido.
A decisão pela greve foi tomada pela categoria após aprovação nas assembleias realizadas entre os dias 20 e 28 de janeiro de 2020. Com a greve, petroleiros pernambucanos e paraibanos se unem ao movimento grevista nacional, liderados pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), em resposta ao fechamento da Araucária Nitrogenados S/A (ANSA), no polo de Araucária (PR), causando a demissão de 1000 trabalhadores, entre diretos e terceirizados.
» Petroleiros iniciam paralisação em Pernambuco e na Paraíba
O Sindipetro informa, em nota, que com a deflagração do movimento grevista os trabalhadores deverão promover piquetes a partir deste sábado, nas portarias da Refinaria Abreu e Lima e Transpetro, ambos no porto de Suape.
As exigências dos petroleiros
Entre as exigências do movimento está o cumprimento da cláusula 26 do Acordo Coletivo de Trabalho da Araucária Nitrogenados (FAFEN-PR), onde prevê que "a companhia não promoverá despedida coletiva ou plúrima, motivada ou imotivada, nem rotatividade de pessoal (turnover), sem prévia discussão com o Sindicato". Os petroleiros também exigem respeito aos fóruns de negociações instituídos pelo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de 2019, que suspendem as medidas unilaterais tomadas pela gestão da Petrobrás.
A ANSA, antigamente denominada Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FAFEN-PR) é uma empresa subsidiária do Sistema Petrobrás, cujo fechamento foi anunciado pela gestão da estatal no último dia 13. A categoria alega que não houve diálogo ou aviso prévio aos trabalhadores ou entidades sindicais que os representam.
Leia Também
- Petrobras envia 2 mil cartas de desculpas a empregados inocentados
- Petrobras decide pagar dívida de R$ 440 milhões de ICMS ao governo de Pernambuco
- Fechamento de fábrica da Petrobras no Paraná motiva protestos de petroleiros em Pernambuco e outros estados
- Petrobras demitirá funcionários que pedirem aposentadoria pelo INSS