GENEBRA (Suíça) – As discussões sobre se uma bola entrou ou não estão com as horas contadas. O uso da tecnologia para identificar se uma bola cruzou a linha do gol deverá ser aprovado nesta quinta-feira (5/7) pela International Football Association Board, a entidade guardiã das regras do jogo.
A organização deve dar o sinal verde para o que pode representar uma revolução no futebol. Se aprovada, a tecnologia já será usada no Campeonato Inglês na próxima temporada e implantada nos estádios brasileiros para a Copa de 2014.
Dois sistemas foram amplamente testados - o Hawk-Eye e GoalRef - e cientistas deram o sinal verde para o uso da tecnologia, que já faz parte de outros esportes como o tênis.
Mas os cartolas vão fazer um alerta: a tecnologia deve ser usada para ajudar os árbitros, e não para ser o fator decisivo. O árbitro será a autoridade máxima, e não a máquina. Se o juiz optar por apitar uma decisão diferente da que a tecnologia apontou, sua interpretação será a que valerá. A adoção da tecnologia demorará alguns anos para chegar a todos os torneios do mundo. Não apenas a instalação custa caro, mas as bolas terão de conter um chip especial. Ou seja, o jogo não poderá ser disputado com qualquer bola.
A polêmica envolve ainda patentes, já que as empresas que desenvolveram a tecnologia seriam as detentoras dos direitos. Se o Campeonato Inglês não tem problemas financeiros para instalar a tecnologia, outros não teriam como adotá-la em estádios no interior da àfrica, àsia ou da América do Sul.
Esse é um dos motivos que fazem o presidente da Uefa, Michel Platini, apelar para que a Fifa adie a decisão. Segundo ele, isso criará um forte desequilíbrio entre torneios. Platini ainda teme o fim do poder do árbitro e a necessidade de parar o jogo para ver o que diz a tecnologia.
Os cientistas, porém, garantem que isso não vai acontecer. Segundo eles, o relógio que o árbitro carregará no pulso permitirá que ele tenha a informação sobre o gol milésimos de segundo depois de a bola cruzar a linha.