O São Paulo passou um tremendo sufoco, mas garantiu sua vaga nas semifinais da Copa Sul-Americana apesar da derrota por 3 a 2 para o Emelec, nesta quarta-feira, em Guayaquil, graças à vitória por 4 a 2 na partida de ida, no Morumbi.
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Autor do primeiro gol equatoriano na semana passada, Miller Bolaños anotou um 'hat trick' no estádio George Capwell, mas o tricolor fez valer o peso da camisa para segurar a pressão adversária.
Bolaños abriu o placar para o time equatoriano logo no primeiro minuto de jogo, mas Alan Kardec deixou tudo igual aos 28 e Paulo Henrique Ganso virou aos 39.
Os equatorianos reagiram no segundo tempo com dois gols de pênalti de Bolaños, aos 2 e aos 8 minutos. O Emelec pressionou até o fim e teve várias chances de levar o confronto para os pênaltis, mas Rogério Ceni fez defesas heroicas para garantir a classificação são-paulina.
Campeão da competição em 2012, o São Paulo jogará contra o Atlético Nacional, da Colômbia, que venceu o Universidad César Vallejo, do Peru, por 1-0 na partida de volta em Trujillo.
Na primeira partida, em Medellín, os colombianos também venceram por 1 a 0.
Golaço de Ganso
Empurrado pela torcida, o Emelec precisou apenas de vinte segundos para colocar fogo no jogo. Praticamente na saída de bola, Ángel Mena aproveitou uma lambança do meio-campo tricolor, desarmou Michel Bastos e deu um passe preciso para Bolaños, que ficou cara a cara com Rogério Ceni e não desperdiçou.
Bolaños já tinha dado um susto à torcida tricolor na semana passada, quando iniciou a reação do Emelec, que perdia por 3 a 0 e acabou sendo derrotado por 4 a 2 no Morumbi.
O estádio George Capwell veio a baixo, deixando os 'elétricos' ainda mais pilhados, com pressão intensa sobre o São Paulo, que ficou acuado no seu campo de defesa. Bastava apenas um gol para eliminar o tricampeão mundial.
Este gol quase saiu aos 6, quando Narváez cruzou com perigo na direção de Gimenez, que não alcançou. O mesmo Gimenez voltou a ter boa chance aos 18, mas isolou a bola na arquibancada.
Depois de vinte minutos de sufoco, o tricolor conseguiu colocar a bola no chão, mostrando sua superioridade técnica, e chegou ao empate aos 28. Michel Bastos, que falhou no gol equatoriano, se redimiu ao cobrar uma falta na medida, achando a cabeça de Paulo Miranda, que ajeitou para Alan Kardec deixar tudo igual com um belo chute de primeira.
O empate tricolor obrigava o Emelec a marcar duas vezes para se classificar. Os equatorianos voltaram a pressionar, mas deixaram mais espaço e foram castigados num contra-ataque espetacular.
Michel Bastos arrancou pela direita e tocou para Souza, que deu início a uma incrível linda de passe. A bola chegou aos pés de Kaká, que girou para cima de um zagueiro e rolou para Ganso empurrar para as redes e anotar um golaço.
Sofrimento até o fim
O técnico do Emelec, Gustavo Quinteros, tentou dar um novo gás à sua equipe ao fazer duas alterações no intervalo, tirando Quiñonez e Herrera para as entradas de Gaibor e Mondaini.
As mudanças surtiram efeito, já que Mondaini sofreu o pênalti que deu início a mais uma a reação do time equatoriano depois de apenas dois minutos no gramado. Bolaños converteu com frieza e repetiu a dose aos 8, após Álvaro Pereira desviar com o braço um cruzamento de Mondaini, novamente decisivo.
O São Paulo parecia reviver um velho filme, sofrendo novamente dois gols em menos dez minutos no segundo tempo de um jogo que parecia decidido, como aconteceu no Morumbi.
Bolaños quase anotou seu quarto gol na noite aos 16, mas seu chute passou por muito pouco à esquerda da meta de Rogério Ceni, que foi salvo pela trave dois minutos depois, numa bomba de Oscar Bagui.
Incapaz de equilibrar o jogo como fez na primeira etapa, o São Paulo sentiu o desgaste físico e se contentou em defender, enquanto o Emelec criava uma chance de gol atrás da outra. Aos 26, Mena ficou cara a cara com Ceni, mas não caprichou na pontaria.
O goleiro tricolor ainda precisou fazer duas defesas espetaculares, aos 32 e aos 36, e foi salvo pelo travessão dois minutos depois.
O filme acabou tendo um final feliz, mas foi um verdadeiro thriller, cheio de suspense.
