Ataque

Blatter critica interferência no futebol e admite ajudar CBF contra governo

A MP do futebol impõe algumas determinações sobre campeonatos que são organizados pela

Da Folhapress
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Publicado em 20/03/2015 às 15:02
Foto: PHILIPPE DESMAZES / AFP
A MP do futebol impõe algumas determinações sobre campeonatos que são organizados pela - FOTO: Foto: PHILIPPE DESMAZES / AFP
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Um dia depois de a presidente Dilma Rousseff assinar MP (medida provisória) que determina o refinanciamento das dívidas fiscais dos clubes brasileiros, o mandatário da Fifa, Joseph Blatter, atacou nesta sexta-feira (20) a intervenção de governos no futebol e prometeu ajudar a CBF caso a entidade julgue ser necessário.

Falando de maneira genérica, ou seja, sem citar o caso brasileiro, o suíço afirmou que não irá aceitar que poderes públicos interfiram na vida das associações nacionais filiadas à Fifa.

"Temos estatutos claro e falamos em autonomia, principalmente nas organizações dos campeonatos. A resolução da ONU é clara ao pedir que políticos não interfiram no esporte. Deixem o esporte em paz", disse Blatter.

Quando questionado explicitamente sobre o caso brasileiro, o presidente da Fifa se absteve de classificá-lo ou não como interferência, mas se colocou à disposição de auxiliar a CBF se ela oferecer uma denúncia contra o governo.

"Interferência é quando confederações são afetadas por decisões do governo. Se a CBF pedir ajuda e falar que está com problemas, nós atuaremos, estudaremos e tomaremos uma decisão."

No ano passado, a Fifa chegou a suspender a Nigéria de suas competições porque o presidente da federação, Aminu Maigari, foi preso e os membros do comitê executivo afastados dos seus cargos.

A MP do futebol impõe algumas determinações sobre campeonatos que são organizados pela CBF. Ela prevê, por exemplo, rebaixamento de clubes por dívidas.

O QUE MUDA COM A MP DO FUTEBOL

REFINANCIAMENTO

Clubes não terão de pagar uma entrada para refinanciar suas dívidas. As primeiras 36 prestações terão parcelas entre 2% e 6% da receita. O resto deverá ser quitado em 120 ou 240 meses.

CONTRAPARTIDAS

- Publicar demonstrações contábeis auditadas por empresa independente;

- Manter em dia pagamentos tributários, previdenciários, trabalhistas, contratuais e de direito de imagem;

- Limitar em 70% da receita bruta os gastos com salários do departamento profissional;

- Manter investimento mínimo nas categorias de base e no futebol feminino;

- Não fazer antecipação de receitas futuras;

- Zerar o déficit das contas até 2021.

GESTÃO TEMERÁRIA

Dirigentes de clubes podem ser responsabilizados judicialmente por má gestão e até perder os próprios bens.

FISCALIZAÇÃO

Um órgão do Ministério do Esporte será criado para fiscalizar o cumprimento da lei e aplicar punições.

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