Eleições Fifa

Príncipe Ali da Jordânia anuncia sua candidatura à presidência da Fifa

O príncipe Ali, 39 anos, foi o único candidato a enfrentar Blatter nas últimas eleições, realizadas em 29 de maio, quando conquistou 73 votos no primeiro turno

Da AFP
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Publicado em 09/09/2015 às 22:34
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O príncipe Ali, 39 anos, foi o único candidato a enfrentar Blatter nas últimas eleições, realizadas em 29 de maio, quando conquistou 73 votos no primeiro turno - FOTO: Foto: Divulgação/ Fifa
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O príncipe jordaniano Ali bin Al Hussein anunciou oficialmente nesta quarta-feira sua candidatura à presidência da Federação Internacional de Futebol (Fifa), em discurso na capital jordaniana Amã.


"Estou aqui, neste lugar antigo, no coração eterno de Amã, para lançar de novo minha candidatura para a presidência da Fifa", declarou o príncipe ante dezenas de súditos reunidos no anfiteatro romano de Amã.

"Permitam-me ser claro. Quero terminar o que comecei", completou, discursando diante de diversas autoridades jordanianas, entre elas o primeiro-ministro do país, Abd27ullah Ensour.

"Há dez meses, fui a única pessoa que ousou desafiar Blatter na presidência da Fifa", continuou.

O príncipe Ali, 39 anos, foi o único candidato a enfrentar Blatter nas últimas eleições, realizadas em 29 de maio, quando conquistou 73 votos no primeiro turno (contra 133 do suíço). Admitindo que não teria chances de vitória, o jordaniano desistiu de participar de um segundo turno de votação, permitindo a Blatter ser reeleito para um quinto mandato. Quatro dias depois, o suíço renunciou ao cargo em meio ao escândalo de corrupção que sacudiu a Fifa.

"Fui candidato, porque estava convencido que a Fifa precisava de uma mudança e eu tive a coragem de lutar pela mudança quando os outros tinham medo".

O meio-irmão do rei Abdullah II da Jordânia garantiu que perdeu as eleições de maio porque foi "usado".

"Outros me usaram para fazer uma pesquisa para eles mesmo. Não tiveram a valentia de se apresentarem como candidatos, mas eu o fiz. Poucos dias depois da renúncia de Blatter, se apressaram para obter o cargo", criticou.

 

- Obstáculos -

"Se as eleições forem realizadas de maneira limpa e sem interferências, tenho certeza que posso vencer", declarou no início desta semana em Manchester, onde foi realizado a Soccerex, conferência mundial do futebol.

O caminho rumo à presidência da Fifa terá, porém, vários obstáculos. Em maio, o jordaniano contou com o apoio do francês Michel Platini e, consequentemente, dos votos da Uefa (54). Desta vez, não gozará da ajuda dos europeus, depois de chamar Platini de "homem do sistema".

Ali, que esqueceu de mencionar que também foi um homem do sistema, depois de servir como vice-presidente da Fifa de 2011 a maio de 2015, terá agora Platini como principal adversário nas próximas eleições.

Para piorar a situação do príncipe, a Confederação Asiática (AFC, dona de 46 dos 209 votos à presidência da Fifa) não o reelegeu para a presidência da entidade e, em 30 de julho, anunciou apoio a Platini.

Os aspirantes à presidência da Fifa têm até o dia 26 de outubro para apresentarem os dossiês de candidatura.

Além do príncipe Ali e de Platini, a corrida pela presidência da entidade que rege o futebol no mundo contará também com o ex-jogador brasileiro Zico, o sul-coreano Chung Mong-joon, ex-vice-presidente da Fifa, o presidente da Federação da Líbia, Musa Bility, além de David Nakhid e Segun Odegbami, ex-capitães das seleções de Trinidad e Tobago e Nigéria, respectivamente.

 

- Busca por apoio -

O nome de Diego Maradona, mítico camisa 10 da seleção argentina, costuma aparecer na lista de possíveis candidatos. Até o momento, o ex-jogador ainda não se posicionou.

Para concorrer, cada candidato terá que contar com o apoio de pelo menos cinco federações afilhadas à Fifa, o que parece ser uma mera formalidade para Platini, mas um verdadeiro desafio para outros aspirantes.

O ex-craque francês, atual presidente da Uefa, pode contar, de entrada, com os 53 votos das federações europeias e já recebeu o apoio público da AFC e da Confederação Sul-americana (Conmebol).

Fontes próximas a Platini garantem que o francês também já garantiu os 35 votos da Confederação da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf).

O sul-coreano Chung, herdeiro do império Hyundai, deve ser capaz de usar de sua influência para encontrar cinco federações na Ásia que legitimem sua candidatura.

Para Ali, a situação parece mais complicada. Para poder se apresentar nas eleições de maio passado, o príncipe recebeu os avais de Jordânia, Estados Unidos e de quatro países europeus (Belarus, Malta, Inglaterra e Geórgia), que desta vez não irão renovar o apoio.

Zico, em teoria, tem apenas o aval da CBF. Seu passado como jogador pesa a seu favor, mas o ex-craque do Flamengo e da seleção brasileira não tem experiência como dirigente. O restante dos candidatos corre o risco de ficar pelo caminho.

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