TERROR NOS AFLITOS

Que tenhamos punição

Um dia depois do confronto nos Aflitos, Governo do Estado, Jetep e clubes tentam dar respostas

Cadastrado por
Gabriela Máxima
ALEXANDRE ARDITTI
Leonardo Vasconcelos e Luana Ponsoni
Publicado em 10/09/2015 às 8:00
JC Imagem
Um dia depois do confronto nos Aflitos, Governo do Estado, Jetep e clubes tentam dar respostas - FOTO: JC Imagem
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Dos cerca de 100 vândalos que participaram da barbárie em frente à sede do Náutico, na Zona Norte do Recife, anteontem, a Secretaria de Defesa Social (SDS) apresentou a imagem de três suspeitos que devem responder pelos crimes de formação de quadrilha, danos aos patrimônios privado e público e rixa. Ontem, o órgão convocou uma coletiva de imprensa para divulgar as imagens dos envolvidos na confusão entre Fanáutico, Inferno Coral (Santa Cruz) e Terror Bicolor (Paysandu) e pedir ajuda da população para identificá-los o mais rápido possível. Além disso, o secretário-executivo da SDS, Rodrigo Bastos, garantiu que outros suspeitos serão apresentados nos próximos dias. 

As imagens foram capturadas pelas câmeras de segurança do Centro Integrado de Operações da Defesa Social (Ciods). A Polícia Científica e o Instituto de Criminalística ficaram responsáveis por tratar as imagens e divulgá-las. De acordo com o perito Oziel Silva, os três envolvidos já tiveram participação em outros crimes. “(O tratamento) é um trabalho minucioso, mas já conseguimos visualizar bem as características desses três envolvidos e participação deles em depredações e agressão a um policial”, observou.

As pessoas que tiverem informações sobre os suspeitos devem entrar em contato com a SDS pelo Disque-Denúncia (3421.9595), pelo “WhatsApp do Torcedor” (9.8606.9880) ou pela Ouvidoria da Polícia Civil (0800.081.5001). A identidade de quem colaborar será mantida em sigilo.

O Governador de Pernambuco, Paulo Câmara, por meio de nota oficial, divulgou uma série de medidas para tentar coibir as ações criminosas das torcidas organizadas. Entre elas, o “ajuizamento pela Procuradoria Geral do Estado de ação civil pública, contra todas as torcidas organizadas notoriamente envolvidas nos tumultos, para a finalidade de se obter ressarcimento dos danos sofridos por particulares e pelo Poder Público”.

O Juizado Especial Cível e Criminal do Torcedor de Pernambuco (Jetep) também foi questionado sobre a ausência de ação efetiva durante o tumulto. A juiza Luciana Tavares confirmou que nenhum dos envolvidos na confusão foi julgado porque o órgão só está autorizado a agir após a intervenção da polícia, o que não aconteceu. “A gente só pode agir depois da polícia. O combate à violência não é papel exclusivo nosso. Todos os atores têm que colaborar”, ressaltou.

O Náutico, por sua vez, lançou nota de repúdio à violência em que garante que “não compactua com tal comportamento e exige rigorosa apuração policial do caso, com punição para os culpados, e que a diretoria do clube fará uma rígida apuração interna dos fatos”. 

Já o Santa Cruz, também por meio de nota oficial, informou que “encaminhou requerimento ao Batalhão de Choque da PMPE para que, a exemplo do que acontece nos estádios do Pará, os membros da citada torcida fossem proibidos de entrar no estádio do Arruda. Foi com surpresa que a diretoria do Santa Cruz tomou conhecimento de que a referida torcida, com um extenso histórico de violência, tinha sido acolhida na sede do Náutico”.

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