FINAL DAS MULTIDÕES

Sport x Santa Cruz: cem anos encantando multidões

Clássico das Multidões completa 100 anos nesta sexta (6)

Do Blog do Torcedor
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Publicado em 06/05/2016 às 11:00
Beto Figueiroa/Acervo JC Imagem.
Clássico das Multidões completa 100 anos nesta sexta (6) - FOTO: Beto Figueiroa/Acervo JC Imagem.
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Acostumados a decidir títulos quando se enfrentam, Sport e Santa Cruz iniciaram sua centenária história com um jogo comum. No dia 6 de maio de 1916, os dois rivais se enfrentavam em jogo amistoso no campo do Britsh Club. O Santa ainda vestia preto e branco e a plateia, que se abarrotaria em arquibancadas décadas mais tarde, assistia o jogo confortavelmente. No fim, deu Leão por 2×0, com Briant marcando duas vezes.

Mas o destino de ambos era ser campeão e daquele amistoso ficou só o marco inicial. No mesmo ano, ambos disputariam a glória máxima do futebol pernambucano pela primeira vez. E olhem que foi logo no segundo jogo! O Estadual daquele ano foi dividido em duas séries. Na Série A estavam os veteranos, se é que se poderiam ser chamados os times que haviam disputado o certame do ano anterior, o primeiro. Na Série B ficaram os estreantes, entre eles a dupla Sport e Náutico, que se juntavam a Paulista e Casa Forte. os campeões de cada série decidiriam o troféu em jogo único.

Os alvinegros, vice-campeões do ano anterior terminaram na liderança com 12 pontos, um a mais que o América – as vitórias valiam dois pontos. Na outra chave, rubro-negros e alvirrubros terminaram com dez e foi preciso um jogo-extra. Vitória leonina por 3×1. A decisão foi marcada para o dia 24 de dezembro. O Sport levou a melhor por 4×1. A curiosidade da conquista foi a presença de um jogador do defensor Paulino, que veio do América do Rio de Janeiro. A imprensa pernambucana criticou, observando que o jogador seria um atleta profissional, algo rejeitado com veemência na época.

No ano seguinte a mesma situação se repetiu com os clubes veteranos numa chave e os estreante do ano anterior em outra. Novamente, os dois rivais frente a frente e outra vez o Sport levou a melhor, agora por 3×1. O Santa usava preto e branco pela última vez. Como saiu derrotado num sorteio com o Flamengo, que usava as mesmas cores, o time fundado em frente à Igreja da Santa Cruz teve que mudar e acrescentou o vermelho, adquirindo a imagem que perdura até hoje.

Demoraria bastante tempo para os tricolores superarem os rivais pela primeira vez. Mas o fizeram numa data que daqui a três dias pode tornar-se emblemática. No dia 4 de maio de 1941, o Estadual do ano anterior era decidido após uma maratona de um ano e um mês. Foram necessários três jogos para sair o campeão. Pudera, Tará estava de um lado e Djalma do outro. O Santa venceu a primeira por 2×1 e o Sport deu o troco por 6×3. Na derradeira, Henrique teve a honra de fazer o 2×1. Setenta e cinco anos depois, os corais largaram na frente justamente na 24º disputa entre ambos, que pode decretar o empate. Até o momento foram 12 conquistas dos rubro-negros contra 11 dos tricolores.

A segunda vez que o Santa repetiu esse feito também está carregada de significados. Em primeiro lugar, novamente uma maratona de jogos, que terminaria apenas no ano seguinte. Para completar, uma disputa de título inédita entre três times: além do Santa Cruz, Sport e Náutico completavam o que se chamaria de supercampeonato, já que cada um venceu um dos três turnos.

O triangular terminou em março de 1958 – a competição começara em julho de 57. O Santa Cruz chegou à última rodada com o Sport podendo empatar já que vencera o Náutico (3×1), mesmo adversário que empatara com o Sport (1×1). A decisão foi na Ilha do Retiro e aos dois minutos do segundo tempo os corais já marcavam 3×0. A reação do Sport veio mas não foi suficiente. Terminou 3×2 e o Santa conquistou seu primeiro supercampeonato – seriam mais três.

RETROSPECTO GERAL – Nesses cem anos, os dois rivais já se enfrentaram 547 vezes, entre Pernambucano, Copa Pernambuco, Brasileiro (Séries A e B) e Torneios regionais (Nordeste e Norte Nordeste). No currículo da dupla falta apenas um Clássico das Multidões pela Copa do Brasil. O Sport venceu 228 e o Santa 165. Os outros 154 jogos terminaram empatados. Os leoninos marcaram 750 gols contra 656 dos corais.

Na disputa por títulos há equilíbrio com 12 para o Sport e 11 para o Santa. O duelo começou com a balança pendendo para o Sport até o início da década de 1960. Nos anos 70 o Santa começou a reagir e deixou a disputa bem equilabrada, como continua até hoje. A maior goleada foi um 7×0 para o Santa Cruz no dia 15 de abril de 1934. O Sport detém a maior série invicta com 14 jogos entre 1996 e 1999.

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