Dívida

Sede do Náutico vai a leilão no próximo dia 26

Provável venda do imóvel será para saldar indenizações trabalhistas

Luana Ponsoni
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Luana Ponsoni
Publicado em 04/09/2014 às 7:00
Foto: Arnaldo Carvalhoarros/JC Imagem
Provável venda do imóvel será para saldar indenizações trabalhistas - FOTO: Foto: Arnaldo Carvalhoarros/JC Imagem
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O Tribunal Regional do Trabalho 6ª Região-PE determinou que toda a sede do Náutico, localizada na Avenida Rosa e Silva, Zona Norte do Recife, vá a leilão no próximo dia 26, às 8h30, no antigo prédio da Sudene. Parte do valor recolhido com a possível venda do imóvel será destinada ao pagamento de indenizações trabalhistas de ex-funcionários do clube, a exemplo do atual preparador físico do Sport Guilherme Ferreira. Ele exerceu a função no Timbu de 1998 a 2009.

O processo de Guilherme de nº 0163400-22.2009.5.06.0023 foi protocolado na 23ª Vara do TRT-PE em 2009 e já transitou em julgado. Sem poder recorrer a nenhum recurso, o Náutico terá de pagar a indenização de R$ 750 mil, após as devidas correções, ou tentar chegar a um acordo. A avaliação de toda a sede Timbu (incluindo o estádio, parque aquático, quadras e tudo que está dentro do terreno) oscila entre 80 e 60 milhões.

Por esse motivo, após a quitação da indenização de Guilherme Ferreira, o restante do valor será retido pela Justiça do Trabalho e só voltará a ser movimentado para saldar novos débitos alvirrubros com seus ex-funcionários.

“Nos 11 anos que esteve a serviço do Náutico, Guilherme não recebeu o 13º salário, férias, nem as horas extras. No que diz respeito ao recolhimento do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), o valor foi pífio. Não chegava a R$ 1 mil. Mas acho que a nossa maior vitória foi também garantir as horas extras. Como preparador físico, o trabalho dele não pode ser regido pela Lei Pelé, Guilherme não é jogador. A função está dentro da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)”, contou o advogado Eduardo Maciel.

Quando deixou o Náutico, o ex-funcionário alvirrubro garantiu que não quis calcular exatamente quanto o clube lhe devia. Sugeriu que o Timbu pagasse R$ 120 mil, divididos em 12 vezes. A proposta foi prontamente recusada pelo então presidente Maurício Cardoso. “Ele me ofereceu R$ 30 mil, então tive de buscar meus direitos na Justiça. O que eles puderam recorrer, eles recorreram. Agora vamos ver se vai”, disse Guilherme Ferreira.

Para saber qual a postura do Náutico diante do leilão da sede alvirrubra, a reportagem do Jornal do Commercio tentou entrar em contato com o vice-presidente jurídico Timbu, Gustavo Ventura, e com o presidente, Glauber Vasconcelos, mas os dirigentes não atenderam às ligações.

OUTRAS AÇÕES

Na lista de leilões que serão realizados no próximo dia 26 por determinação do TRT-PE, a sede alvirrubra aparece ainda uma segunda vez, no item de número 075. A ação foi movida em 2010, por um ex-funcionário de nome André Oliveira Lima Costa. Caso o processo esteja tansitado em julgado, o Náutico terá de chegar a um acordo também com esse ex-empregado se não quiser perder um de seus grandes patrimônios. O valor indenizatório estabelecido em 2012, sem as devidas correções, é de R$ R$ 137,5 mil.

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