Polêmica

Empresário de Olivera acusa Náutico de falsificar assinatura do jogador

Miguel Garepe afirmou que alguém do clube apresentou falsos documentos de quitação de dívidas com o atacante

Diego Toscano
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Diego Toscano
Publicado em 10/12/2015 às 20:15
Divulgação/Náutico
Miguel Garepe afirmou que alguém do clube apresentou falsos documentos de quitação de dívidas com o atacante - FOTO: Divulgação/Náutico
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Mesmo tendo deixado o Náutico no final de 2013, o caso Olivera continua reverberando no clube da Rosa e Silva. Ontem, em entrevista à Rádio Jornal, o empresário do atacante, Miguel Garepe, soltou o verbo contra a diretoria alvirrubra. Miguel afirmou que o clube nunca pagou os quatro meses que devia de salário ao jogador, e ainda falsificou a assinatura do atleta na Fifa.

A confusão começou ainda em 2013, quando o Náutico fechou o ano devendo quatro meses (setembro, outubro, novembro e dezembro) de salário ao atleta. No início do ano seguinte, a atual gestão, capitaneada pelo presidente Glauber Vasconcelos, fez um acordo de 18 parcelas com o empresário do atacante.

"Fomos surpreendidos em todo o processo. Do início, com o afastamento de Olivera, que foi impedido até de colocar os pés no CT, ainda em 2013, até a falta de comprometimento da atual gestão. Eles nos chamaram para acertar (a dívida), prometeram que iam pagar parcelado e, depois de 14 meses, não efetuaram o pagamento de uma parcela sequer", explicou Garepe.

"No segundo ano de Glauber, tentamos de todas as formas fazer um acordo. Me propus até a colocar outro jogador no clube, para ter uma possibilidade de, em uma negociação futura, fazer caixa para saldar as dívidas com Olivera. Esse atleta foi Gaston (lateral-esquerdo, ainda no clube), que renovou esse ano com o clube", frisou o empresário.

Sem o pagamento, o jogador resolveu entrar na Fifa para exigir os seus direitos, além da rescisão trabalhista e uma reparação por danos morais. "Quando chegamos lá, disseram que o Náutico apresentou um documento dizendo que o atleta tinha recebido os salários, tanto na carteira quanto na imagem. Anexaram documentos nesse processo, com recibos supostamente assinados pelo jogador. Nosso advogado conhece a assinatura do atleta, então pedimos uma perícia grafotécnica. Constatou-se que as assinaturas não são de Olivera", acusou Garepe.

"Alguém do Náutico falsificou, recebeu por Oliveira e deu a dívida como liquidada. É inadmissível. Acionamos o clube criminalmente e civilmente, e isso consta nos autos do processo que está na Fifa. Glauber acusa que isso foi da gestão passada. Não tenho como dizer quem é o responsável pela assinatura, só sei que esse dinheiro não foi parar no bolso do atleta", complementou.

Por fim, o empresário ainda fez várias queixas ao presidente Glauber Vasconcelos. "O Náutico, em todo o processo, mesmo com muito prazo, não pagou um real. Fui cinco vezes ao Recife, e ele (Glauber) se escondia, colocava o vice-presidente. Esgotamos todas as tentativas, e ainda fomos surpreendidos por essa atitude", desabafou Michel Garepe.

Revoltado, Túlio Ponzi, um dos atuais conselheiros do Náutico, afirmou que o Conselho Deliberativo, ainda em 2015, vai se posicionar sobre o assunto. “Eu já providenciei, junto ao presidente do Conselho (Berillo Júnior), uma reunião extraordinária. Vamos combinar com o empresário de Olivera uma data para ele estar presente, junto com Glauber e o seu vice-presidente. Vamos tomar as providências cabíveis, porque isso não se admite em clube nenhum do país”, explicou Ponzi.

A resposta para as acusações foi feita pelo próprio Glauber Vasconcelos, que pediu as provas da falsificação para o empresário. “Liguei para (Oswaldo) Sestário, que é o advogado do clube na Fifa. Ele me assegurou a validade do documento e disse que vai pedir a perícia na Fifa. Não fomos nós que quitamos essa dívida. Quando ele jogou (no clube), nós não estávamos aqui. O nome do Náutico tem que ser preservado, independente de quem esteja no poder. O clube é inocente até que se prove o contrário”, ressaltou o mandatário alvirrubro, que também direcionou críticas a Túlio Ponzi.

“É de se causar espanto que um conselheiro vá defender a posição de um empresário contra o Náutico. Em época de eleição, esse conselheiro não defendeu os interesses do clube, quis fazer disso uma plataforma política. O Náutico é muito maior que essas pessoas, e vamos nos unir para buscar a informação correta. Não vou trocar amenidades com pessoas que não estão zelando pelo clube”, finalizou.

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