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Conheça Ítalo Rodrigues, o dirigente criado na base do Náutico

Há sete anos no clube, executivo de futebol começou como auxiliar do Sub-15 do Timbu

Diego Toscano
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Diego Toscano
Publicado em 11/11/2018 às 8:12
SÉRGIO BERNARDO/JC IMAGEM
Há sete anos no clube, executivo de futebol começou como auxiliar do Sub-15 do Timbu - FOTO: SÉRGIO BERNARDO/JC IMAGEM
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De auxiliar do sub-15 para executivo de futebol. Em sete anos, a trajetória de Ítalo Rodrigues, 33 anos, mudou completamente no Náutico. Em 2011, era auxiliar da categoria mais nova do Timbu no CT. Hoje, é o segundo no comando do futebol profissional, que tem o vice-presidente Diógenes Braga como encarregado.

Em 2011, ainda como estudante de Educação Física, Ítalo conseguiu estágio de seis meses como auxiliar do Sub-15 alvirrubro. “Passei quatro meses sem muito contato com o treinador, correndo para todos os lados e até entrando em mato para pegar bola. Na época, dizia que iria ganhar o cara pelo cansaço (risos). Aos poucos, fui ganhando espaço”, disse.

No ano seguinte, foi chamado para ser auxiliar do Sub-17. Passou também pelo Sub-20 antes de ser chamado para o futebol profissional, como auxiliar de supervisão, chefiado por Hamilton Correia. Com 15 dias no novo cargo, veio a primeira convocação de Hamilton, hoje supervisor da seleção brasileira.

“Não sabia de nada de registro ou contrato de atletas. Na época, comprei um celular com WhatsApp e ficava ligando para ele me instruir. Aprendi ‘na tora’. Depois de seis meses, Hamilton se estabeleceu lá e assumi a supervisão”, explicou.

Em 2014, passou a ser coordenador do futebol profissional. Depois, com a saída de Carlos Kila, virou gerente de futebol. Em dezembro do ano seguinte, porém, a história com o Náutico quase tinha fim: o Timbu estava contratando Alexandre Faria para o cargo. “Muito provavelmente, se não fosse Gilmar (Dal Pozzo), teria saído naquele momento. Alexandre veio como executivo e fiquei como gerente, já em 2016”, afirmou.

Os holofotes, porém, só se voltaram para Ítalo dois anos depois. Foi em 2018 que ganhou protagonismo no futebol. Ao lado do vice-presidente Diógenes Braga, capitaneou a montagem do elenco campeão do Pernambucano e que bateu na trave na Série C. “Foi o maior desafio da minha carreira. Estar à frente do processo foi difícil. Tive muito receio, mas senti que já tinha chegado a hora. Talvez, de clubes do tamanho do Náutico, a pessoa mais nova (como executivo) sou eu”, ressaltou.

O título do Estadual, que tirou o Timbu da fila de 13 anos, não sai da memória. “Sensação que só tinha vivido na base. Bater no peito e sentir que contribui é gratificante. A ficha só caiu no dia seguinte. Acordei, olhei pra minha mulher e só tinha vontade de chorar. Tinha acabado a pressão. O ano começou com a certeza de que estava no caminho certo”.

DIFICULDADES

Porém, Ítalo também passou por maus bocados nos Aflitos. “É uma função delicada. Externamente, só se fala em contratação e dispensa. Mas o trabalho vai muito além disso. Gerir pessoas com salários atrasados ou quando o resultado no campo não vem é complicado e frustrante. Muito difícil relembrar as coisas que passamos: atletas querendo fazer greve, funcionários passando por necessidades. Por mais que se evite falar, tratamos todos como família e é difícil passar por tudo isso”, finalizou.

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