Série C

Após acesso do Náutico, Gilmar Dal Pozzo rebate declarações de Hélio dos Anjos

"Repudio toda e qualquer ato que mexa com meu caráter, minha índole e minha ética", disse Dal Pozzo

Fernando Castro
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Fernando Castro
Publicado em 09/09/2019 às 16:17
Bobby Fabisak/JC Imagem
Timbu não vem jogando bem nas últimas partidas - FOTO: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Depois da conquista do acesso à Série B, o técnico Gilmar Dal Pozzo interrompeu as comemorações para se posicionar repudiando as declarações feitas pelo técnico do Hélio dos Anjos, após a eliminação do Paysandu. Revoltado com a arbitragem do confronto e a marcação do pênalti no último minuto de jogo, o comandante do Papão citou o fato da comissão técnica do Náutico ser do Rio Grande do Sul, mesmo estado dos árbitros Anderson Daronco e Leandro Vuaden, responsáveis pela partida de ida e de volta das quartas de final da Série C.

O treinador do Náutico se comunicou sobre as acusações de Hélio dos Anjos através de nota oficial. Gilmar Dal Pozzo revelou não ter nenhum problema com o treinador do Paysandu, mas se mostrou indignado pelo fato do comandante adversário associar o seu nome e da comissão técnica alvirrubra com a atuação da arbitragem durante a partida. "Meu equilíbrio me mantém, porém, onde envolve família e dignidade, o tom sobe", afirmou.

"Repudio toda e qualquer ato que mexa com meu caráter, minha índole e minha ética nestes 50 anos de vida e mais de 30 anos de futebol. Querer induzir benefício da arbitragem por sermos ‘todos gaúchos’, demonstra total desequilíbrio por parte do treinador do Paysandu Sport Club e ainda um desconhecimento. Primeiro, sou nascido em Quilombo, oeste de Santa Catarina e resido em Florianópolis, assim como o próprio colega que também tem endereço na capital catarinense", disse Dal Pozzo, em trecho da nota oficial.

Após a eliminação do Paysandu, Hélio dos Anjos se mostrou revoltado com a arbitragem e fez sérias acusações sobre Leandro Vuaden, chegando a dizer que o time paraense foi 'assaltado'. “Eu não quero transferir a responsabilidade para ninguém, mas eu quero transmitir o que eu estou escutando em rede nacional, falando do pênalti. A comissão técnica do Náutico é toda gaúcha. Colocaram o Daronco lá e vocês viram o pênalti que ele não deu e hoje nós estamos aqui. Para não falarem que eu falei bobagem, eu estava lá dentro e todo mundo me mostrou as imagens. Por que que não colocam um árbitro Fifa?”, questionou Hélio dos Anjos.

ÁUDIO DA COLETIVA DE HÉLIO DOS ANJOS

CONFIRA A NOTA NA ÍNTEGRA

Hoje seria o dia apenas para comemorar uma conquista almejada e desfrutar com familiares, amigos, torcedores, cada um a seu modo, elevando o nome do Clube Náutico Capibaribe. Futebol acontece dentro de campo e a grandeza de saber ganhar se dá também quando se perde, ao ter competência e humildade para reconhecer os méritos adversários. Face declarações em que a comissão técnica do Náutico, a qual sou o treinador, está colocada em suspeição pelo colega de profissão, senhor Hélio dos Anjos, cabe essa manifestação para deixar claro pontos cruciais em meu entendimento.

Repudio toda e qualquer ato que mexa com meu caráter, minha índole e minha ética nestes 50 anos de vida e mais de 30 anos de futebol. Querer induzir benefício da arbitragem por sermos ‘todos gaúchos’, demonstra total desequilíbrio por parte do treinador do Paysandu Sport Club e ainda um desconhecimento. Primeiro, sou nascido em Quilombo, oeste de Santa Catarina e resido em Florianópolis, assim como o próprio colega que também tem endereço na capital catarinense. Construí uma carreira sólida no Rio Grande do Sul e me orgulho disso, como ele também lá trabalhou em mais de um Clube. Jamais admitiria, admito ou admitirei correlação de auxílio de alguém por este motivo. Minha indignação está em associar meu nome e da comissão técnica com um prejuízo que ele entende ter sofrido e querer denegrir todo um trabalho realizado no Náutico, onde temos a melhor campanha da Série C 2019 e, com méritos, chegamos ao acesso. A imagem que construí ao longo da carreira não permite me calar diante de tal atitude. Ao longo dos dias que antecederam o confronto mantive sempre o respeito e a cordialidade com o rival, inclusive o qual dirigi em certo momento e tive números positivos, sem jamais deixar o tom subir ou agir com emoção. Meu equilíbrio me mantém, porém, onde envolve família e dignidade, o tom sobe.

Jamais tive qualquer problema com o senhor Hélio dos Anjos, disse pessoalmente que o admirava nos encontros, tanto em Belém, como ontem, no estádio dos Aflitos, mas penso que tal colocação na entrevista coletiva pós-jogo foi de extremo mau gosto e ofensiva.

Por fim, mais uma vez quero agradecer ao torcedor alvirrubro, grupo de jogadores, diretoria e a minha comissão técnica pelo trabalho árduo, focado e que com merecimento, atingiu o êxito do retorno à Série B.

Gilmar Dal Pozzo

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