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Cidade da Copa é muito mais que um estádio de futebol

Conheça os detalhes do projeto que deve mudar a cara de São Lourenço da Mata

Giovani Sandes
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Giovani Sandes
Publicado em 16/09/2011 às 6:08
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A tão falada Cidade da Copa, em São Lourenço da Mata, é bem mais que um estádio de futebol. O projeto nasceu da vinda do Mundial para o Brasil, mas continuará em construção muitos anos depois dos jogos de 2014. Serão milhares de casas e apartamentos, centenas de escritórios, shopping a céu aberto, restaurantes e bares descolados, cinema, hotéis, centro de convenções, além da Arena Pernambuco e de uma arena indoor, ginásio para 15 mil pessoas. O ritmo de desenvolvimento e entrega de toda a Cidade da Copa dependerá das vendas no mercado, como qualquer negócio imobiliário. Pelo gigantismo do projeto, a previsão é que a construção e as vendas vão continuar após 2025.

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A fórmula da Cidade da Copa não saiu do nada. O governo estadual estipulou como regra para o contrato de construção da Arena Pernambuco, o desenvolvimento de um grande projeto imobiliário nos 240 hectares do terreno, em São Lourenço.

Depois de vencer a disputa pelo contrato, o Consórcio Arena Pernambuco Negócios, na verdade composto por duas empresas do grupo Odebrecht, começou a buscar um parceiro com experiência para desenvolver o projeto. Após muita procura, encontrou a AEG World Wide, uma gigante americana da música, esportes e entretenimento. Em março passado, o JC foi conhecer o LA Live, um complexo de entretimento e lazer em Los Angeles, nos Estados Unidos, que já recebeu US$ 2,5 bilhões desde o início de sua construção, em 1997. A AEG é dona do negócio, que integra várias facetas.

O conceito do LA Live serviu de inspiração para o projeto da Cidade da Copa. Ele conta com um complexo hoteleiro de US$ 1 bilhão, residências e, além da conhecida arena Staples Center – que recebe megashows, jogos da NBA e até de boxe –, tem 21 mil metros quadrados de salas comerciais, por exemplo.

O LA Live fica no centro de Los Angeles e revitalizou aquela área da cidade americana, a terceira maior dos Estados Unidos. Na ocasião da visita, o vice-presidente executivo de Desenvolvimento Imobiliário da AEG, Ted Tanner, ressalvou que a Cidade da Copa não precisa ter, necessariamente, tudo o que o LA Live tem. O fundamental é não depender de apenas um elemento para valorizar todo o negócio.

Assim como o LA Live continua em desenvolvimento até hoje, com mais US$ 1 bilhão em investimentos, atualmente não é possível dizer quando a Cidade da Copa ficará pronta. A razão é simples. Ambas dependem de clientes e suas vendas e construção ocorrem em etapas.

Em agosto passado, a Odebrecht deu o primeiro grande passo. Definiu o masterplan, o plano de ocupação da Cidade da Copa, que terá, por exemplo, 290 mil metros quadrados de entretenimento, com teatro, cinema, bares, restaurantes e shopping ao ar livre. O segundo passo foi estabelecer um cronograma para balizar o desenvolvimento do complexo, para equilibrar a gradativa ocupação nas várias frentes, de moradia, educação, trabalho e lazer.

De acordo com um cronograma apresentado pela Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) e confirmado pelo Consórcio Arena Pernambuco Negócios, uma primeira etapa da Cidade da Copa será construída com prazo de entrega em 2014. Essa primeira fase receberá R$ 1,332 bilhão em investimentos. Desse total, R$ 532 milhões serão investidos diretamente no estádio de 46 mil lugares para o Mundial.

Os outros R$ 800 milhões da primeira etapa serão investimento da Odebrecht num primeiro conjunto de peças do imenso quebra-cabeças que é o complexo. A primeira etapa terá 72 mil metros quadrados para uma zona de comércio, lazer e alimentação, um hotel de 300 quartos e um campus educacional.

A última das quatro fases por enquanto não tem prazo final. A ideia é começá-la em 2025, uma data bem distante no calendário.

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