Dia Internacional da Mulher

A bela que também é fera do motocross

A caruaruense Alanne Lopes, de 25 anos, tenta o bicampeonato estadual competindo com os homens

Do JC Online
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Publicado em 07/03/2012 às 21:44
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A caruaruense Alanne Lopes, de 25 anos, tenta o bicampeonato estadual competindo com os homens - FOTO: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Há sete anos, Alanne Lopes se apaixonou pelo motocross. A loira, de 25 anos, trabalhava desde os 16 em uma loja de peças e acessórios para motos quando começou a receber convites para participar de trilhas. Por curiosidade, resolveu aceitar um deles e, sem saber, deu o pontapé inicial à carreira de piloto de motocross, ainda incomum às mulheres no Nordeste, especialmente, para filha única de um casal de Caruaru.

Ainda assim, escondida dos pais, passou a ser presença assídua nas trilhas da Região. O segredo, no entanto, não durou muito. “Era difícil esconder o fato de eu ser a única mulher nas trilhas. Eu chegava em casa com o pulso quebrado e tinha que fingir que estava ótima”, conta Alanne, que dois anos depois conheceu o motocross, a sua paixão.

No início, enfrentar a oposição dos pais não foi o único obstáculo. Além do preconceito sem disfarces que sofreu e ainda sofre por ser mulher num ambiente masculino, Alanne não conseguia patrocínio ou qualquer tipo de apoio. “Precisei de muita coragem para começar a competir. Superei a dúvida de não ser boa o bastante, disputei minha primeira corrida e não parei mais”, relembra.

Como o motocross não é muito forte no Nordeste, não há divisão de gênero nas competições regionais, sendo raro ela encontrar outra competidora nos campeonatos que disputa. Para continuar acelerando a moto, ela tem que correr entre os homens. “O engraçado é que eles não aceitam perder para uma mulher, fazem de tudo para chegar na minha frente. Mostro do que sou capaz nas pistas, não tenho mais medo”, conta Alanne, que torceu o pé direito em janeiro após um piloto jogar a moto em cima dela durante uma corrida na Bahia.

A caruaruense, que corre nas categorias 200/230 cilindradas, já foi campeã pernambucana em 2009; e vice, em 2011, além de ter sido vice no Campeonato Brasil Nordeste também em 2009. Recentemente, foi eleita por um site especializado a melhor piloto feminina do Nordeste.

Atualmente, com o apoio de patrocinadores, Alanne busca o bicampeonato pernambucano e se prepara para participar da terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Motocross, em Aracaju. Seus treinos são nas pistas de Agrestina, vizinha à sua cidade.

Quando o assunto é vida social, Alanne admite risonha que o esporte, além de tomar muito tempo, já é uma diversão. “Todos os meus amigos são do motocross. Não vou mais para festas”, conta ela, que está noiva há três meses do também piloto Alex Lucena.

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