Tiro esportivo

Conheça o senhor das medalhas

Advogado Waldecy Magalhães gaba-se de ter grande coleção conquistada por ele

Marcelo Sá Barreto
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Marcelo Sá Barreto
Publicado em 04/10/2012 às 8:04
Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Tudo começou com uma rivalidade daquela considerada sadia. Disputas que amigos travam sem nem perceber. O advogado Waldecy Magalhães, de 64 anos, escutou por anos Durval Guimarães falar de suas muitas medalhas. Amante das armas como ele, gabava-se de ter a maior coleção de insígnias do Brasil no tiro esportivo. Waldecy não ficava atrás. Tinha um conjunto de encher os olhos. Há dez anos, Durval aposentou-se das armas. Waldecy continuou a sua trajetória. Com mais de seiscentas nos dias atuais, acredita que não só passou o parceiro de longas datas, como ostenta a maior coletânea do Brasil, turbinada no último fim de semana com outras oito que acabaram de ser conquistadas no Sul-Americano, no Rio de Janeiro.

“Comecei a coleção por causa de Durval e hoje, pode ter certeza, continuo empenhado em deixá-la maior por causa dele, em sua homenagem, que não atira mais por estar enfermo”, diz, sem esconder a emoção.

As medalhas são parte da vida de Waldecy. É no metal que ele rememora a trajetória no tiro. Desde a primeira, conquistada no Rio de Janeiro, há mais de 30 anos – “perdida” numa das muitas caixas espalhadas pelo escritório montado no apartamento no bairro de Apipucos –, até as que reverenciam o ídolo Guilherme Paraense, todas o fazem viajar no esporte. São uma prova de que o sonho de garoto deu certo.

 

A paixão de Waldecy por armas começou cedo, ainda na adolescência. Aos 14 anos, comprou a primeira pistola, uma Smith Welson, sem o consentimento dos pais. “Só depois que comprei, vi que não era um revólver e sim uma pistola”, lembra. Após anos de treino e disputas estaduais e regionais, partiu para as competições nacionais e internacionais. E não parou mais de conquistar medalhas. “Sou o único da minha idade que está na ativa. E dando trabalho”, diz.

Trazer muitas medalhas é uma condição própria do talento de Waldecy. Nos eventos, muitos atiradores esportivos costumam ser especialista em uma só pistola. No caso dele, pode competir em alto rendimento em até nove. Não à toa, no último Sul-Americano fez oito pódios. “Fico feliz quando termino um evento como esse, no Rio, e saio com oito medalhas. Conquistei mais medalhas do que alguns países”, comenta, orgulhoso. O recorde numa competição foi em 2009. O saldo? 11 em outro Sul-Americano.

Foto: Guga Matos/JC Imagem
Waldecy Magalhães, o maior medalhista do tiro esportivo brasileiro. - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Waldecy Magalhães, o maior medalhista do tiro esportivo brasileiro. - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Waldecy Magalhães, o maior medalhista do tiro esportivo brasileiro. - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Waldecy Magalhães, o maior medalhista do tiro esportivo brasileiro. - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Waldecy Magalhães, o maior medalhista do tiro esportivo brasileiro. - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Waldecy Magalhães, o maior medalhista do tiro esportivo brasileiro. - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Waldecy Magalhães, o maior medalhista do tiro esportivo brasileiro. - Foto: Guga Matos/JC Imagem

Com tantas medalhas, são muitos os “xodós”. Curiosamente, todas têm a ver com o primeiro medalhista brasileiro em Olimpíadas, o atirador Guilherme Paraense, que na Antuérpia, em 1920, ganhou a primeira medalha do Brasil em Jogos. “Participei de um evento que comemorava os 100 anos do nascimento de Guilherme e ganhei três medalhas que são réplicas da que ele ganhou na Antuérpia, a primeira do Brasil em Jogos”, conta.

Para o futuro, além de aumentar a coleção, Waldecy quer um lugar especial só para elas. Algumas estão em caixas, sem catalogação. “Vão todas para uma parede enorme na casa de Gravatá. Vai ser um lugar especial”, vaticina o atirador.

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