Tênis

Juvenis esperam transição lenta para tênis profissional

Brasil não deve contar com novos tenistas de ponta nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016

Danilo Galindo
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Danilo Galindo
Publicado em 15/09/2014 às 9:35
Foto: Marcello Zambrana/ CBT
Brasil não deve contar com novos tenistas de ponta nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016 - FOTO: Foto: Marcello Zambrana/ CBT
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Ainda não deve ser nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, que o Brasil contará com novos tenistas de ponta no circuito com grandes chances de brigar pela medalha de ouro. Com uma trajetória de destaque no juvenil, o trio formado por Orlando Luz, João Menezes e Marcelo Zormann acredita que ainda precisará de mais experiência para repetir no profissional as conquistas nas competições de base.

"A transição para o profissional vai ser longa. Deve demorar em torno de dois ou três anos para a gente conseguir se firmar", diz João Menezes, de 17 anos. Este é o tempo que o jovem mineiro que treina em Itajaí (SC), acredita que vai levar até disputar os primeiros qualifying da ATP.

Antes de mirar alto, Menezes vai se despedir do circuito juvenil nesta temporada porque alcançará a maioridade em outubro. A partir de janeiro, ele e Zormman, que fez 18 anos em junho, vão reforçar a participação em torneios de nível Future, abaixo de Challenger e das competições da ATP. 

"Vamos jogar torneios mais fortes. Estou com uma expectativa muito boa para começar a jogar as competições profissionais", afirma Menezes, que acompanhou a equipe brasileira na Copa Davis no fim de semana.

Zormann, que treina no Instituto Gaúcho de Tênis, em Porto Alegre, também se mostra ansioso pelos maiores torneios. E acredita que o trio não terá grande dificuldade para se adaptar à nova realidade. 

"Como a gente já vem jogando uns torneios profissionais, não está sendo tão difícil encarar esse nível dos Future. A dificuldade maior vai ser para se firmar entre os Challenger", diz Zormann.

Para superar os obstáculos inerentes a este reinício de trajetória, o trio aposta na amizade construída nos últimos anos. "A gente viaja sempre juntos para todos os torneios. É sempre um torcendo pelo sucesso do outro. Mesmo que você não foi tão bem e seu colega conseguiu avançar mais que você, chegar em uma final, a gente sempre está torcendo para ele", afirma Menezes.

Caçula do trio, Orlando Luz tem 16 anos e, portanto, mais duas temporadas para disputar o circuito juvenil. Mas, embalado pelo título de duplas em Wimbledon e nos Jogos Olímpicos da Juventude ambos ao lado de Zormann, Orlandinho já tenta dar mais atenção às competições profissionais na próxima temporada. 

"Vou voltar para o Brasil depois de disputar a Copa Davis Júnior treinar algumas semanas e começar a jogar torneios profissionais. Acabando o ano, não sei como vai começar o meu calendário. Mas vou jogar esses Future", projetou o tenista que é treinado por Larri Passos, ex-técnico de Gustavo Kuerten, em Balneário Camboriú.

A preocupação do trio com a transição para o profissional se justifica diante das incertezas da carreira no ambiente mais competitivo da ATP. Alagoano de futuro promissor no tênis, Tiago Fernandes surpreendeu o mundo do tênis ao anunciar sua aposentadoria no mês passado, aos 21 anos.

Campeão juvenil do Aberto da Austrália, em 2010, o então pupilo de Larri Passos teve dificuldades para repetir no profissional os resultados do juvenil. E acabou optando por deixar o tênis e investir na faculdade de Engenharia Civil, em Maceió. 

A aposentadoria precoce de Fernandes, contudo, não preocupa Orlandinho, maior esperança da torcida. Ele diz estar preparado para os desafios do futuro. "A gente tem a cabeça preparada, já tem vários modelos de jogadores juvenis que foram muito bem e acabaram indo mal no profissional. Já tenho minha cabeça formada o tênis é composto de vitórias e derrotas", pondera.

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