Kitesurf

Pernambucano faz viagem inédita de 300 quilômetros em kitesurf

O objetivo dele é ir do Maranhão até o Pará como uma preparação para no próximo ano bater o recorde mundial de distância percorrida em kite.

Leonardo Vasconcelos
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Leonardo Vasconcelos
Publicado em 11/10/2014 às 15:00
Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Pernambucano faz viagem inédida de 300 quilômetros com kitesurf - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Velejar por 4 dias uma distância de 300 km entre o mar e a selva, sozinho, em cima de uma prancha e tendo como único combustível o vento. O desafio que podia ser classificado como uma loucura tem nome: “Kiteselva”. Assim, o pernambucano Frederico Lorentz, de 53 anos, batizou o sonho alimentado há anos de fazer uma inédita viagem de kitesurfe entre o Maranhão e o Pará. Na próxima quarta-feira, ele vai sair do Recife rumo à maior aventura de sua vida. “É um sonho antigo, um desafio pessoal. Eu não posso passar essa vida sem fazê-lo”, justificou Fred.

O microempresário seguirá de carro com um amigo até Apicum-açu, no Maranhão, a 130 km da capital São Luís. Ele vai ficar dois dias no município estudando o melhor ponto de saída e esperando uma boa corrente de vento para iniciar a jornada até Salinópolis, no Pará, distante 220 km de Belém. A região do percurso de 300 km é inóspita, de difícil acesso e nunca foi percorrida antes de kitesurfe.

“É a primeira vez que alguém se atreve a velejar de kite por ali porque é uma área praticamente desabitada, pouco explorada, onde não há cartas náuticas, que são essenciais para orientar a navegação. Os ventos de lá são bem imprevisíveis, difíceis de monitorar, e no local existe a maior bancada de corais das Américas, com um imenso cemitério de navios. Além disso, a variação da maré na região é de mais de 6 metros, a maior do Brasil e a quinta maior do mundo”, enumerou as dificuldades o aventureiro, com uma incrível tranquilidade para quem nunca fez algo parecido e pratica o esporte só por hobby.

A idéia é velejar cerca de 70 km por dia e completar o percurso em 4 dias. Estão previstas pelo menos três paradas para dormir. Quanto aos locais exatos para pernoitar, nem o próprio Fred sabe. “Não tem como saber. Quando for escurecendo, e o vento diminuindo, vou parar em qualquer ponto na praia e recolher o kite. Não existe hotel, nem casas nesse litoral. O jeito é acampar no meio da selva mesmo”, disse.

Entre os vários medos – naturais nessa situação – ele se preocupa com um especificamente: o vento. “Meu maior receio é o vento, afinal, ele é meu único combustível. Tendo isso vou embora. Se ele acabar, eu estando muito longe da costa vai ser complicado. Meus outros medos na água são as arraias venenosas; e em terra, as onças”, disse, mas sem parecer ligar muito para fatos tão graves.

Ao longo dos últimos meses, o kitesurfista estudou minuciosamente o que levar para a jornada. Afinal, como qualquer sobrepeso pode tornar a viagem mais lenta, ele levou o mínimo possível. Vai carregar barraca e garrafas de água presas na prancha e todo o resto (comida e material de sobrevivência) numa mochila de 30 litros de capacidade à prova d’água. A intenção dele é permitir que as pessoas acompanhem a sua viagem pelas redes sociais, atualizando a sua localização por meio de GPS.

Se algo der errado nessa empreitada, Fred pretende enviar sua posição via satélite para o amigo Marcos Paez, que viajará com ele até o Maranhão e fará o caminho de carro até o Pará. “Fred é louco, mas um louco técnico e experiente. Sabe o que está fazendo. Espero, de verdade, não ter que resgatá-lo. Só quero rever a cara dele no destino final”, brincou Marcos.

De olho na quebra do recorde mundial

Esta viagem de Fred, na verdade, é uma preparação para uma ainda maior em que ele pretende quebrar o recorde mundial de distância em kitesurf, que hoje é de 2 mil quilômetros. No próximo ano, ele planeja ir de Maceió-AL, até Salinópolis, no Pará, ultrapassando em 100 quilômetros a atual marca do Livro dos Recordes estabelecida pelo neozelandês Louis Tapper, em 2010, no Brasil.

Na ocasião, o estrangeiro viajou de kite de Salvador, na Bahia, até São Luis, no Maranhão. A intenção de Fred é não só aumentar a distância, mas também o nível de dificuldade. “O neozelandês fez o percurso pela parte da costa brasileira totalmente urbanizada, com acesso a boa infraestrutura. No meu caso, vou passar pelas regiões de menores densidades demográficas do país, que não chegam a 20 habitantes por quilômetro quadrado. Terei que parar em áreas praticamente desertas, onde possivelmente não vá topar com ninguém”, disse.

Por isso, esta viagem de agora está sendo encarada como uma expedição de reconhecimento do litoral dos estados do Maranhão e Pará. Ao longo do percurso serão captadas imagens para mapear a área, visando o desafio de 2015. A ideia é também produzir um vídeo para captar recursos que viabilizem a viagem pela costa do Norte e Nordeste e a quebra do recorde mundial. Para isso, o kitesurfista pede a colaboração de pessoas, empresas e instituições interessadas em ajudar a financiar o projeto.

Depois de conseguir este feito, Fred irá descansar. Ou não. “Só quando quebrar esse recorde é que ficarei realmente satisfeito. Quer dizer, até alguém inventar de ultrapassá-lo, porque se isso acontecer e eu ainda tiver fôlego vou tentar passar de novo”, brincou.

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