Tênis

Maior esperança de título do Brasil, duplista Bruno Soares quer brilhar no Rio Open

Aos 32 anos, Bruno Soares é o 3º colocado do ranking de duplas da ATP em 2014 ao lado do parceiro austríaco Alexander Peya

Da AFP
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Publicado em 16/02/2015 às 14:29
Foto: Marcello Zambrana / CBT
Aos 32 anos, Bruno Soares é o 3º colocado do ranking de duplas da ATP em 2014 ao lado do parceiro austríaco Alexander Peya - FOTO: Foto: Marcello Zambrana / CBT
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Grande esperança brasileira no Rio Open-2015, o mineiro Bruno Soares se prepara para buscar o título de duplas da competição e, numa entrevista exclusiva à AFP, falou sobre a expectativa para o torneio e a parceria com Marcelo Melo para o Rio-2016.

Aos 32 anos, Bruno Soares, 3º colocado do ranking de duplas da ATP em 2014 ao lado do parceiro austríaco Alexander Peya, chega ao Rio Open como primeiro cabeça de chave e vê com bons olhos as chances de erguer o troféu do torneio, que começa nesta segunda-feira e será disputado até o próximo domingo no Jockey Club da cidade maravilhosa.

"O torneio esse ano está bem duro, o nível é muito alto e as duplas são muito fortes. Achei que o sorteio foi interessante para a gente, vamos jogar contra uma dupla de quadra rápida, mas a bola aqui não está tão lenta, não é tão pesada", analisa Bruno, que estreia na competição contra o sueco Johan Brunstrom e o americano Nicholas Monroe.

"Vamos jogar contra uma dupla muito perigosa, os dois jogadores são duplistas mesmo. Mas é o que eu falo, quem está numa chave de um ATP 500 sabe que não vai ter bobo pela frente", continuou.

Ao lado de Peya, chamado carinhosamente de Alex, Bruno foi semifinalista de Roland-Garros e finalista do US Open em 2013, resultados que colocam a dupla como uma das favoritas ao título de qualquer torneio. Para o mineiro, a entrosamento com o parceiro fora de quadra é tão importante quanto dentro das quatro linhas.

"Você precisa de um cara que te complete dentro de quadra, mas fora da quadra ele também tem que ter uma filosofia parecida com a sua.  Você tem que superar derrotas, frustrações... Passa a ser um esporte de equipe, e o dia a dia é muito desgastante",  explica Bruno, lembrando do início da parceria com o austríaco.

"O Alex era um jogador de simples, chegou até a ficar entre os 100 melhores do ranking, mas em 2011 resolveu jogar duplas. A gente começou a treinar juntos, se conhecer melhor, sempre me dei bem com ele fora de quadra. Não tínhamos muita intimidade no começo, ele é um cara mais quieto, mas sempre gostei do estilo de jogo dele. Ele é muito consistente.  Resolvemos experimentar e a coisa deu certo muito rápido, por isso estamos aí até hoje", lembra.

Encarando o amigo

Para o público brasileiro, porém, a parceira de sucesso mais esperada é com o também mineiro Marcelo Melo, com quem Bruno disputará os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro-2016 em busca da tão sonhada medalha de ouro.

Marcelo, atual 4º colocado do ranking de duplas da ATP, também se prepara para disputar o Rio Open e, ao lado do austríaco Julian Knowle, tem tudo para cruzar com o amigo Bruno nas semifinais.

"É sempre difícil enfrentar o Marcelo. Primeiro porque a gente se conhece muito bem, e dentro de quadra obviamente tem aquele respeito mútuo, então o jogo acaba ficando um pouco mais frio por causa disso", explica Bruno, sobre a sensação de encarar o amigo em quadra.

"Mas tem o lado positivo também. Agora, sempre que a gente se enfrenta, é nos estágios finais dos torneios porque sempre somos cabeças de chave, isso é legal para o tênis brasileiro, saber que um vai avançar ainda mais no torneio, mas é complicado pela nossa amizade, afinal ele é meu padrinho de casamento!", brinca.

Para Bruno, a amizade com Marcelo é um dos segredos para a dupla ir longe nos Jogos do Rio-2016, mas os tenistas precisam focar nas carreiras na ATP antes de pensar numa possível medalha olímpica.

"Treinamos juntos constantemente. Somos os dois de Belo Horizonte, temos o mesmo fisioterapeuta, o mesmo preparador físico, e quando estamos em Belo Horizonte a gente treina todo dia juntos. Não estamos fazendo nada específico para os jogos do Rio, sabemos da importância do Rio-2016, mas é um processo, são várias etapas, a gente precisa render bem ao longo do ano para estar bem ranqueado e entrar bem nas Olimpíadas, para poder sair como cabeças de chave, então não posso pensar só no Rio e esquecer os torneios da ATP", ressalta.

Brasil deve sofrer no individual

Bruno tem noção de ser a principal chance do público carioca ver um compatriota erguendo o troféu do Rio Open, principalmente por causa do complicado sorteio das chaves individuais, tanto masculina quanto feminina, para os tenistas brasileiros.

Thomas Bellucci, nº 64 do ranking ATP e melhor tenista do país, estreia nesta terça-feira contra o espanhol Rafael Nadal, lenda viva do tênis mundial e atual campeão do Rio Open, enquanto Teliana Pereira, semifinalista do torneio no ano passado, pega a italiana Sara Errani, 13ª da WTA e primeira cabeça de chave.

"As chances deles (Bellucci e Teliana) não são grandes. O Nadal é um muito forte e depois que ele ganha dois, três jogos, é muito difícil de parar", analisa friamente Bruno, que, mesmo assim, vê um pouco de luz ao fim do túnel.

"É um jogo de estreia para o Nadal também, ele não sabe o que esperar ainda, sabe que o Thomas é um jogador perigoso, então é complicado para ele também. O Thomas tem que entrar sem pressão e vender caro o peixe. Para a Teliana é a mesma coisa. Tenho certeza que a Errani também não gostou do sorteio, porque ela sabe que a torcida vai pressionar, sabe que a Teliana gosta de jogar nesse clima", completa.

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