Qual é a última coisa que você imagina que possa ocorrer ao estar no mar com o experiente velejador Amyr Klink? Ficar à deriva. Mas, como o Recife é uma cidade mágica, foi o que aconteceu com a equipe de reportagem do JC - formada pela repórter Luana Ponsoni e o fotógrafo Alexandre Gondim - em meio a uma pauta com o velho lobo do mar - 60 anos -, que está na cidade para a regata oceânica Recife-Fernando Noronha (Refeno).
Leia Também
Calma, não é que a culpa foi de Amyr. Foi do bote. Bote azar nessa história. Repórteres de vários veículos de comunicação em uma pequena lancha acompanhavam o velejador e os fotógrafos em um modesto bote a caminho do barco de Amyr, o Paratii 2, atracado próximo ao Marco Zero. Haviam saído do Cabanga.
Aí que vem a história do bote azar. O tal bote deixou Amyr e os fotógrafos na mão. Quebrou. E não teve marola ou vento que ajudassem o bicho a andar. O jeito foi trocar todo mundo de lado. Amyr e fotógrafos para a lanchinha, repórteres para o bote quebrado. E assim os jornalistas permaneceram. Parados, à deriva, enquanto era feito o ensaio fotográfico no Paratii 2, com o qual o paulista foi do polo sul ao polo norte em 22 meses.
Bom, digamos que os repórteres perderam uma bela oportunidade de conhecer por dentro, na intimidade, um dos barcos mais famosos do mundo. Mas, convenhamos, ficar à deriva admirando as belezas do Recife vistas de um ponto de vista incomum não é nada mau. Fala sério?
A HORA DO RESGATE DE AMYR KLINK
Na volta de Amyr, foi amarrar a corda da lanchinha no bote para resgatar todo mundo e levar repórter, fotógrafo, velajador, gato, papagaio... de volta à terra firme sãos e salvos.
É, sabe aquela história de bote azar? No final, entre ondas, ventos e velas, não é bem assim, né. Afinal, não fosse por isso, não poderíamos dizer a ninguém que um dia ficamos à deriva e viramos personagens de uma passagem, digamos, inusitada da vida e história do grande Amyr Klink. Não é bem uma aventura que valha um livro, como os 5 que ele já escreveu. Mas, vá, vale um registrozinho, sim.
MEMÓRIA JC
Na Refeno de 2015, o repórter Leonardo Vasconcelos passou por aperto a bordo do catamaran Ciranda. Com o mastro quebrado, a tripulação ficou duas horas à deriva no meio do Oceano Atlântico.
>> Catamaran tem mastro quebrado e fica à deriva.
A angústia só acabou quando outro barco participante ajudou para que o Ciranda pudesse ligar o motor e seguir para Noronha em segurança. Foram 43 horas no mar. E, como bom jornalista, Leonardo registrou tudo em vídeo. Veja abaixo: