Agência Mundial Antidoping

Wada cobra mudanças na luta antidoping do Brasil

O laboratório antidoping do Rio (LBCD) perdeu seu credenciamento em junho, a dois meses dos Jogos, mas conseguiu recuperá-lo poucas semanas depois

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Publicado em 21/11/2016 às 6:57
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O laboratório antidoping do Rio (LBCD) perdeu seu credenciamento em junho, a dois meses dos Jogos, mas conseguiu recuperá-lo poucas semanas depois - FOTO: Foto: Ministério do Esporte
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A Agência Mundial Antidoping (Wada) apontou neste domingo (19) que o sistema de controle em vigor no Brasil não está em conformidade com os padrões da entidade e cobrou mudanças na regulamentação do país.

Em novembro de 2015, o Brasil foi havia sido colocado sob vigilância, assim como outros cinco países, como a França, durante a reunião do Conselho de Fundadores da Wada, em Colorado Springs, nos Estados Unidos. 

O laboratório antidoping do Rio (LBCD) perdeu seu credenciamento em junho, a dois meses dos Jogos, mas conseguiu recuperá-lo poucas semanas depois, a tempo para que os exames do evento fossem realizados no local.

Em 2013, o Ladetec, laboratório que funcionava no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), também tinha sido descredenciado, e a autorização só foi recuperada depois da estrutura ser totalmente reformulada, no mesmo local, dando lugar ao LBCD.

Na sua reunião neste domingo, em Glasgow, a Wada também declarou o Azebaijão fora dos padrões de conformidade, assim como a Indonésia, que usou uma laboratório não credenciado pela Wada.

Na Escócia, a entidade deu o primeiro passo de uma grande reforma do sistema antidoping ao aprovar o princípio de sanções progressivas contra países que desrespeitam as regras.

"Foi um imenso passo na direção certa", resumiu o presidente da Wada, o escocês Craig Reedie, que foi reeleito sem surpresas à frente da organização.

- 'Luz no fim do túnel' -

As sanções previstas vão da multa à proibição de disputar competições internacionais, como último recurso, ou a impossibilidade de sediar eventos esportivos.

O francês Tony Estanguet, tricampeão olímpico de caonagem slalom, representante dos atletas no COI, mostrou-se satisfeito com o fato de as sanções serem "progressivas e previsíveis".

O britânico Adam Pengilly, membro britânico do COI, ressaltou, porém, que "os atletas não estão a favor de punições coletivas".

A Rússia viveu esse tipo de situação nos Jogos do Rio, quando teve um terço da sua delegação banida por causa do mega escândalo de doping de estado que abala o país.

O diretor-geral adjunto da Wada, Rob Koehler, afirmou, no entanto, que vislumbrou "uma luz no fim do túnel", apontando progressos das autoridades russas, apesar de lamentar "não ter acesso a algumas cidades fechadas".

O dirigente saudou a criação da Comissão Russa contra o doping, criada na iniciativa do presidente Vladimir Putin.

A Wada anunciou neste domingo que a versão final do relatório McLaren, que motivou a exclusão de atletas russos dos Jogos, será publicada no dia 9 de dezembro.

No início de outubro, o COI pediu para que a Wada crie uma estrutura independente com a missão de realizar todos os exames antidoping.

O COI também sugeriu que o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) seja a única instância autorizada a aplicar sanções em casos de doping, responsabilidade que antes cabia às federações nacionais e internacionais de cada modalidade.

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